A COREIA REAL NÃO CABE NOS K-DRAMAS (NEM NO ALGORITMO) | O outro lado de Seul além da fantasia
Автор: Gilson Nunchi
Загружено: 2025-12-02
Просмотров: 9595
Neste vídeo, eu caminho dos portões lotados do Gyeongbokgung até as ruas mais silenciosas de Samcheong-dong, em pleno outono em Seul. As ginkgos estão amarelas, os turistas em hanbok fazem fila para a foto perfeita, e no meio desse cenário de cartão-postal eu carrego na cabeça uma pergunta bem menos instagramável: até onde um estrangeiro pode criticar o país em que vive antes de se tornar problema?
O ponto de partida é um comentário que recebi: uma mulher dizendo que o governo coreano vai banir estrangeiros que “falam mal da Coreia” e que eu “vou ser o próximo”. A partir daí, eu volto à declaração recente do ministro da Justiça, que prometeu rever medidas para restringir a entrada de estrangeiros que “espalham ódio contra a Coreia do Sul” do exterior, e tento entender o que essas palavras querem dizer na prática.
Entre um corte de câmera e outro, passo pela história da censura na ditadura, pela Lei de Segurança Nacional, pelas leis de difamação que permitem punir até verdades incômodas, e conecto tudo isso ao presente: um país que exporta K-pop, BTS, K-dramas e “soft power”, mas começa a flertar com a ideia de controlar quem pode ou não falar sobre suas cicatrizes. Do livro Only Beautiful, Please ao artigo “Only Beautiful, Please: Korea’s New Battle with Bad Press”, discuto esse desejo de mostrar “só o bonito, por favor”, agora não em Pyongyang, mas em Seul.
Falo também de outro tipo de controle, menos visível: o do algoritmo. O YouTube que recompensa títulos como “O país mais depressivo do mundo” ou “Coreia distópica” e esconde quem tenta ficar no meio-tom, mostrando um país ao mesmo tempo fascinante e adoecido. Trago um estudo sobre influencers estrangeiros na Coreia, casos de ódio organizado, racismo, xenofobia e autocensura forçada, criadores que tiram vídeos do ar porque o preço de contar certas histórias fica alto demais.
No fim, o vídeo é menos sobre uma lei específica e mais sobre esse lugar estranho de ser oegugin: morar, pagar imposto, falar a língua, amar o país... e ainda assim saber que seu direito de crítica é sempre mais frágil do que o de um cidadão local.
Tópicos principais do vídeo:
• A proposta de restringir a entrada de estrangeiros acusados de “discurso de ódio” contra a Coreia;
• Onde termina a crítica legítima e começa o “ferir o sentimento público”?
• Heranças da ditadura, Lei de Segurança Nacional e leis de difamação;
• Soft power, imagem perfeita e o “only beautiful, please” versão século XXI;
• Algoritmo, sensacionalismo e o pornô emocional da “Coreia inferno” vs. “Coreia paraíso”;
• Influencers estrangeiros, nacionalismo pop e racismo/xenofobia plataformizados;
• O lugar condicional do estrangeiro: amar um país e, ainda assim, recusar o papel de cheerleader.
📍 Gravação feita entre Gyeongbokgung, Samcheong-dong e Anguk, Seul, outono de 2025.
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00:00 - Introdução: Gyeongbokgung e a Coreia feita para o consumo global
01:27 - O comentário ameaçador: "você vai ser o próximo a ser banido"
02:51 - Crítica aos vídeos sensacionalistas sobre a Coreia
05:07 - A Coreia não é o inferno nem o paraíso dos K-dramas
06:15 - O problema dos vídeos caça-cliques: exagero e redução
09:02 - O estrangeiro observador: nem especialista de fora, nem turista deslumbrado
10:23 - O incômodo: não ser cheerleader nem hater profissional
10:50 - Midnight Run: estrangeiros que fogem da Coreia
12:32 - O artigo "Only Beautiful Please": a ironia do soft power
13:21 - O livro de John Everard e a origem da frase na Coreia do Norte
14:00 - O sussurro de "só bonito, por favor" cruzando a DMZ para Seul
14:21 - 9 anos morando aqui: as camadas que o turista não vê
16:09 - A proposta do Ministro da Justiça: o que foi dito
17:53 - Artigo 307: na Coreia você pode ser preso por falar a verdade
19:41 - Manchete do MBC News e a reação do público coreano
20:08 - A Coreia em relacionamento tóxico com sua própria imagem
24:32 - Utopia dos K-dramas ou distopia total: o que vende
25:59 - O estudo acadêmico: Influencers Oegugin e o Nacionalismo Pop
28:23 - Encostando onde dói: nacionalismo étnico e mestiçagem "aceitável"
31:41 - Racismo plataformizado: YouTube amplifica o ódio
32:25 - O lugar do estrangeiro é sempre condicional
34:28 - A frase invisível: "você pode ficar aqui, por enquanto"
37:06 - Falo desse lugar intermediário, frágil, improvisado
38:51 - Only Beautiful Please
39:03 - Pergunta ao público: é certo um país decidir quem pode criticá-lo?
40:52 - 31 mil inscritos e o convite para continuar a conversa
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