Documentário Conexões Atípicas

“Meu diagnóstico mudou minha vida”, conta emocionada a professora e mãe de crianças autistas, Tayra Sasha. Ela é a proponente do projeto e uma das personagens que emocionam na produção do curta metragem Conexões Atípicas, filme que será apresentado à comunidade escolar do Centro de Educação Especial (CEE) 01 do Guará, no próximo dia 16 de outubro. O projeto, financiado pelo Fundo de Apoio a Cultura do DF, teve oficinas de dança e música ofertados pela professora Tayra e outras facilitadoras, na interação e incentivo às artes para os e as estudantes autistas do CEE 01 do Guará.

Tayra viveu com diversos desafios, sem consciência de seu transtorno. Até que os filhos tiveram esse diagnóstico e daí teve início seu próprio processo. Tendo identificado seu nível de Transtorno do Espectro Autista 1, a professora de dança passou a se especializar na educação para pessoas com deficiência. Neste projeto ela integra a sua experiência em educação especial à sua pesquisa de graduação em dança pelo Instituto Federal de Brasília (IFB). A pesquisa foi intitulada “Dançar com alma ‘AJKAARÜ”, baseada na cultura indígena Caraíba Kariña.

Estas metodologias, originárias da Venezuela, foram oferecidas com exercícios de improvisação de movimentos e cantos reproduzindo o fluxo da natureza, em comum vínculo com outros movimentos coreográficos originários brasileiros, inspirados sempre na conexão com a sagrada terra.

No projeto Conexões Atípicas participaram alunos em diferentes níveis de deficiência, familiares e professores tendo como professoras Tayra; a cantora e também professora venezuelana, Damelis Castillo, sua mãe; e a bailarina e pesquisadora em artes Mariângela Andrade, responsável pelas oficinas de contato e improvisação e iniciação à dança somática.

Durante a pré-produção do projeto houve realização das oficinas e diversas entrevistas, rodas de conversa, palestras e uma pesquisa sobre os processos dos alunos, equipe da escola e famílias. Esse processo gerou a inspiração do roteiro do documentário, realizado por Mariângela Andrade e Marina Miranda, dupla que idealizou o projeto originalmente. A coordenação geral da produção executiva do projeto foi de Damelis Castillo.

Relatos emocionantes

O filme traz com leveza os desafios e alegrias de casos como o da própria Tayra, que ao ter o diagnóstico dos filhos alcançou o próprio. Mesmo caso de outra participante, a professora Lidiane Ribeiro, do CEE 01, que também viveu o drama de diversos preconceitos na vida, antes de ter consciência de seu próprio diagnóstico. “É possível superar, mas até termos esse laudo somos cobrados duramente, sem compreensão de nossas particularidades na vida”, afirmou a professora Ribeiro.

O filme tem direção de fotografia de Leandro Lima, da Interakt Films, e entrevistas realizadas pelo jornalista Vinicioz Bórba, com diversos personagens, entre estudantes, professores e integrantes da equipe. O curta será apresentado nos turnos da manhã e tarde para a comunidade escolar.

O projeto é financiado pelo Fundo de Apoio a Cultura, da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal, e deve circular por festivais de cinema e breve pode chegar ao grande público. A equipe contou ainda com o valioso apoio da Direção e equipe do CEE01, Secretaria de Educação, Guaramo Arte do Mundo, Interakt Films, Capacita, Terra Doce Lar e Rede Bambuo.