A ÁREA ENFRAQUECIDA DO CAMPO MAGNÉTICO ESTÁ AVANÇANDO
Автор: Ciência News
Загружено: 2025-10-13
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O campo magnético da Terra é o escudo invisível que protege toda a vida no planeta.
Sem ele, o vento solar — um fluxo constante de partículas carregadas do Sol — destruiria nossa atmosfera em poucos milhões de anos.
Mas novas medições mostram que esse escudo está mudando...
E não para melhor.
Um ponto fraco vem crescendo silenciosamente sobre o Atlântico Sul, ameaçando satélites, comunicações e até a segurança de astronautas.
Por 11 anos, a Agência Espacial Europeia tem monitorado o campo magnético da Terra usando uma constelação de três satélites chamados Swarm.
Eles foram lançados em 2013 para estudar o magnetismo terrestre — desde o núcleo líquido, a 3 mil quilômetros de profundidade, até a ionosfera, onde o planeta toca o espaço.
Esses satélites detectam cada variação no campo, cada pulsar elétrico vindo do interior do planeta.
E os dados mais recentes revelam algo preocupante:
a Anomalia do Atlântico Sul — uma região de campo magnético enfraquecido — cresceu desde 2014 e continua se expandindo.
Hoje, ela cobre uma área quase metade do tamanho da Europa continental.
Essa anomalia não é nova.
Ela foi identificada pela primeira vez no século XIX, a sudeste da América do Sul.
Mas agora, ela se estende ainda mais, alcançando o sudoeste da África.
E o problema é que o enfraquecimento está acelerando nessa região.
O professor Chris Finlay, da Universidade Técnica da Dinamarca, explica:
A Anomalia do Atlântico Sul não é um bloco único.
Ela está mudando de forma diferente em direção à África do que perto da América do Sul.
Há algo especial acontecendo nesta região que está fazendo o campo se enfraquecer de forma mais intensa.”
O campo magnético da Terra nasce de um oceano de ferro líquido no núcleo externo do planeta.
Esse ferro gira e se move em redemoinhos gigantescos, gerando correntes elétricas — um processo chamado de dínamo geofísico.
Mas esse processo é caótico e imprevisível.
No limite entre o núcleo e o manto rochoso, surgem padrões complexos no fluxo magnético — regiões conhecidas como manchas de fluxo reverso.
Nelas, o campo magnético não sai do núcleo, como seria esperado,
mas retorna para dentro dele — invertendo momentaneamente a direção.
É exatamente o que está acontecendo sob a África, onde uma dessas manchas está se movendo para oeste e enfraquecendo o campo ainda mais.
A Anomalia do Atlântico Sul é um verdadeiro pesadelo para engenheiros espaciais.
Satélites que sobrevoam a região são expostos a doses maiores de radiação,
o que pode causar falhas temporárias, apagões de instrumentos
e até danos permanentes ao hardware.
Mesmo a Estação Espacial Internacional — que passa por essa região — precisa reforçar sua blindagem eletrônica.
Quanto mais o campo magnético enfraquece, mais partículas solares penetram,
e mais vulnerável o planeta se torna a tempestades geomagnéticas.
A constelação Swarm já é responsável pelo registro mais longo e contínuo do campo magnético da Terra feito do espaço.
Desde o lançamento em 2013, esses satélites se tornaram ferramentas essenciais não apenas para a ciência,
mas também para a navegação aérea, marítima e espacial.
Seus dados ajudam a construir modelos magnéticos globais usados em bússolas digitais, em sistemas de GPS,
e até para monitorar riscos climáticos espaciais.
A gerente da missão Swarm, Anja Stromme, resume a importância:
“É maravilhoso ter uma visão global da nossa Terra dinâmica.
Os satélites continuam saudáveis e esperamos estender as observações até 2030.
O próximo mínimo solar nos dará uma oportunidade única para estudar o planeta com detalhes sem precedentes.”
Os resultados do Swarm também revelam algo fascinante:
enquanto o campo magnético enfraquece sobre o Canadá, ele se fortalece sobre a Sibéria.
A área do campo forte canadense encolheu o equivalente ao tamanho da Índia,
enquanto a siberiana cresceu o tamanho da Groenlândia.
Essa dança magnética está movendo o polo norte magnético —
que vem migrando rapidamente em direção à Sibéria nas últimas décadas.
Essas mudanças afetam sistemas de navegação e podem indicar que o campo magnético global está passando por uma reorganização profunda.
O campo magnético da Terra já se inverteu completamente dezenas de vezes ao longo da história geológica.
Durante essas transições, o escudo magnético pode se fragmentar, enfraquecer e depois se recompor.
Mas os cientistas ainda não sabem se o enfraquecimento atual da Anomalia do Atlântico Sul é o início de uma nova reversão magnética,
ou apenas uma flutuação temporária do dínamo terrestre.
O que sabemos é que essa região continua se expandindo,
e que entender o comportamento do núcleo da Terra é fundamental para prever como o campo magnético vai evoluir nas próximas décadas.
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