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Автор: O Dizimista
Загружено: 2025-11-29
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A Cúpula Popular do BRICS como resposta civil aos desequilíbrios globais
A Cúpula Popular, organizada pelo braço civil do BRICS — o Conselho Civil Popular do BRICS — funciona como uma tentativa de dar voz a movimentos sociais, sindicatos, universidades e organizações civis, abrindo um canal institucional de interlocução entre sociedade civil e governos dos países do bloco. A declaração de fundação do Conselho foi formalizada em 2024, durante conferência na Rússia — e agora, com a presidência brasileira do BRICS, há esforço para tornar essas instâncias permanentes.
O encontro, marcado para ocorrer no Rio de Janeiro entre 1° e 4 de dezembro de 2025 (segunda atividade oficial do Conselho), foi descrito como uma oportunidade para debater cooperação econômica, disputas hegemônicas, reconfiguração geopolítica e alternativas de desenvolvimento para o Sul Global — ou seja: tentar reatualizar um projeto de mundo menos desigual, menos dependente dos centros tradicionais de poder.
O alerta de Dilma não surge do nada. Vivemos um momento de intensa turbulência internacional: guerras, rivalidades, crises econômicas, tensões comerciais e disputas por hegemonia. As instituições multilaterais tradicionais — na visão de muitos países do Sul — perdem legitimidade, ou revelam sua insuficiência para lidar com os desafios contemporâneos. O BRICS, e iniciativas civis como a Cúpula Popular, surgem como resposta a essa crise do sistema global dominante.
Para além da diplomacia dos governos, a participação da sociedade civil organizada — representada por sindicatos, universidades, movimentos populares — oferece uma dimensão de legitimidade e pluralidade de vozes, potencialmente capaz de construir novas pautas de soberania, justiça econômica, cooperação e respeito à diversidade de realidades entre os países do Sul.
Esse tipo de mobilização adquire maior gravidade num momento em que a dependência de moedas fortes, sanções, tarifas e estruturas financeiras tradicionais agrava as desigualdades, especialmente em países em desenvolvimento. A mensagem de Dilma ecoa esse diagnóstico: o atual sistema global reproduz assimetrias estruturais que penalizam quem já está em posição vulnerável.
Significados simbólicos e concretos da Cúpula Popular
A Cúpula Popular do BRICS representa algo além de mais um evento diplomático: ela simboliza a tentativa de institucionalizar a voz da sociedade civil no debate global — e de colocar no centro propostas de cooperação que não dependam exclusivamente de governos ou instituições dominadas pelo Norte Global.
Ao destacar o papel do Conselho Civil Popular, Dilma reforça sua visão de que a cooperação internacional deve ser construída “de baixo para cima”, com participação ativa de povos, movimentos sociais, intelectuais e comunidades, e não apenas por lideranças estatais ou financeiras.
Além disso, a iniciativa busca redefinir o papel do Sul Global no mundo — não como mera arena de disputa ou dependência, mas como protagonista de uma nova governança, com múltiplas vozes, diferentes experiências e objetivos compartilhados: justiça social, cooperação econômica, soberania, meio ambiente, igualdade entre nações.
Limites, desafios e contradições
Porém, esse esforço não está isento de desafios — e pode se tornar simbólico, se não vier acompanhado de transformações concretas.
Primeiro, há o risco de que a Cúpula Popular dependa excessivamente da boa vontade de governos, sem, de fato, converter os debates em políticas públicas ou reformas estruturais. A institucionalização de vozes civis requer que governos e instituições realmente aceitem sua interlocução — algo que historicamente é difícil, sobretudo quando há interesses econômicos e geopolíticos fortes em jogo.
Segundo, a própria heterogeneidade dos países do BRICS — em termos de regime político, grau de desenvolvimento, prioridades internas — pode dificultar a convergência de pautas da sociedade civil. O que é urgente para um país pode ser irrelevante para outro; o risco de dispersão ou conflito interno existe.
Terceiro, essa construção civil não elimina a dependência estrutural global de modelos financeiros e institucionais concentrados. A retórica do Sul Global e da cooperação multilateral enfrenta barreiras reais: mercados internacionais, instituições globais, pressão de grandes potências. A assimetria denunciada por Dilma é profunda — reverter isso exige mais que discursos e conferências.
Por que acompanhar essa Cúpula Popular importa — e como observá-la criticamente
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