Negro ou Preto? É preto - Por Nabby Clifford
Автор: Portal Raízes
Загружено: 2018-11-13
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Qual o palavra correta para se referir aos afrodescentes, “negro” ou “preto”? Embora a primeira seja usada corriqueiramente, inclusive em documentos oficiais e acadêmicos, para o músico e ativista ganês radicado no Brasil Nabby Clifford, “preto” é o único termo aceitável.
Geneticamente falando, a cor da pele difere entre clara, escura, muito clara, muito escura. Enfim, somos todos claros ou escuros, pertencentes de uma única raça, a humana. E não é a raça que produz o racismo, é o racismo que separa os seres em raças.
Todos os seres humanos modernos compartilham um ancestral em comum que viveu há cerca de 3 milhões de anos na África do Sul, o hominídeo Australopithecus.
Nos últimos anos, a palavra raça desapareceu discretamente dos livros escolares e as antigas classificações foram desacreditadas. Isso aconteceu graças às descobertas da paleontologia, da genética, da etnologia.
No século 18, o botânico sueco Carl von Linné criou o sistema de classificação dos seres vivos – ainda hoje utilizado – e estabeleceu o nome científico de Homo sapiens para a espécie humana. Mas, sem contrariar o pensamento dominante na época, dividiu a humanidade em subespécies de acordo com a cor da pele, o tipo físico e pretensos traços de caráter: os vermelhos americanos, “geniosos, despreocupados e livres”; os amarelos asiáticos, “severos e ambiciosos”; os negros africanos, “ardilosos e irrefletidos”; e os brancos europeus, “ativos, inteligentes e engenhosos”.
É claro que entre um senegalês, um cambojano e um italiano existem, evidentemente, diferenças físicas visíveis: cor da pele e dos olhos, tamanho, textura dos cabelos etc. Mas hoje em dia já sabemos que o patrimônio genético dos três é extremamente próximo. A descoberta dos grupos sanguíneos, da variação das enzimas, das sequências de DNA, dos anticorpos e tantas outras, puseram em evidencia o parentesco dos homens entre si, assim como sua extraordinária diversidade. Uma combinação de genes, frequente numa população e rara em outra, é, assim mesmo, potencialmente presente em toda parte.
A comprovação se deu em 2002, quando uma equipe de sete pesquisadores dos Estados Unidos, França e Rússia comparou 377 partes do DNA de 1056 pessoas originárias de 52 populações de todos os continentes. O resultado mostrou que entre 93% e 95% da diferença genética entre os humanos é encontrada nos indivíduos de um mesmo grupo e a diversidade entre as populações é responsável por 3% a 5%. Ou seja, dependendo do caso, o genoma de um africano pode ter mais semelhanças com o de um norueguês do que com alguém de sua própria cidade na África! O estudo também mostrou que não existem genes exclusivos de uma população, nem grupos em que todos os membros tenham a mesma variação genética.
No século 20, as mitologias nacionalistas foram dominadas pelos clichês, tudo para justificar as políticas colonialistas. O auge desse pensamento foi a ideologia da raça “ariana”, uma tremenda enganação científica, que justificava a eliminação da “anti-raça”, o judeu.
O século 21 fez sua estréia sob a sombra da divisão entre o bem simbolizado por povos ocidentais (americanos e europeus) e o mal personificado pelos povos do oriente. Que as ideias racistas não criem mais nenhuma explicação “científica” para provar mais nada!
Ah, a raça humana, aquela que só se difere das outras raças porque pensa. Pensa mesmo, ambiciosamente, em restringir as riquezas da Terra à minoria dominante em detrimento da maioria que as produzem.
Clara Dawn
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