Chip implantado na retina - como funciona

Chip para melhorar a visão: esperança para quem tem degeneração macular

Você já imaginou recuperar parte da visão com a ajuda de um chip implantado dentro do olho? Essa tecnologia, que antes parecia coisa de ficção científica, está cada vez mais próxima da realidade. Uma nova pesquisa publicada no *New England Journal of Medicine**, uma das revistas médicas mais respeitadas do mundo, trouxe resultados promissores sobre o uso de chips retinianos para melhorar a visão em pacientes com **degeneração macular relacionada à idade (DMRI)* — uma das principais causas de perda visual em idosos.

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Como o chip funciona

O novo dispositivo é implantado *abaixo da retina**, justamente na região mais afetada pela doença, conhecida como **mácula* — responsável pela visão central, aquela que usamos para ler, reconhecer rostos e enxergar detalhes.
Esse chip atua como uma espécie de **substituto eletrônico para as células da retina que já morreram**, captando imagens de um óculos especial e transmitindo-as diretamente ao cérebro por meio do **nervo óptico**.

Ou seja, enquanto a retina danificada não consegue mais processar a luz, o chip assume parte dessa função, transformando sinais luminosos em estímulos elétricos que o cérebro pode interpretar como imagens.

Mas atenção: esse tipo de tecnologia *não devolve uma visão normal**. O objetivo é **melhorar a percepção visual* em pacientes com formas graves da doença — especialmente aqueles com **atrofia geográfica**, estágio avançado da DMRI em que há uma perda irreversível das células da retina central.

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Qual a diferença para os chips antigos?

Você talvez já tenha ouvido falar de outro tipo de implante, o **Argus II**, utilizado em pessoas com **retinose pigmentar**.
A diferença é que a retinose afeta toda a retina e geralmente causa cegueira total, enquanto a *DMRI* compromete principalmente a parte central, mantendo a visão periférica relativamente preservada.

Por isso, este novo chip foi projetado com um propósito diferente: **restaurar parcialmente a visão central**, permitindo que o paciente volte a perceber rostos, objetos e letras grandes — algo que pode transformar profundamente sua autonomia e qualidade de vida.

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O papel dos óculos inteligentes

O sistema funciona em conjunto com **óculos equipados com uma câmera**. Essa câmera capta a imagem do ambiente, processa digitalmente as informações e as envia ao chip.
A partir daí, o chip estimula a retina e o nervo óptico para que o cérebro “reconstrua” a imagem.
Sem o uso dos óculos, o sistema não opera — eles são, portanto, **parte essencial do processo de visão artificial**.

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Nem todos podem se beneficiar

Apesar da empolgação, é importante reforçar que essa tecnologia ainda **não está disponível comercialmente**. O estudo é experimental e incluiu poucos pacientes.
Além disso, *o nervo óptico precisa estar íntegro**. Isso significa que pessoas com **atrofia do nervo óptico**, **glaucoma avançado* ou outras lesões irreversíveis no nervo *não são candidatas* ao tratamento.


O futuro da visão biônica

Mesmo com esses desafios, a notícia reacende a *esperança para milhões de pessoas* que convivem com a perda visual severa causada pela degeneração macular.
A cada novo avanço, os chips tornam-se menores, mais precisos e mais seguros. A tendência é que, com o tempo, as próximas gerações desses dispositivos ofereçam *melhor qualidade de imagem**, **maior estabilidade* e **menor risco cirúrgico**.

Estamos diante de uma fronteira empolgante entre a oftalmologia e a engenharia biomédica. O que hoje é um experimento pode, em um futuro não tão distante, **mudar o destino de pacientes que antes não tinham mais opções de tratamento**.

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Conclusão

O chip sub-retiniano representa um *marco na luta contra a cegueira* provocada pela degeneração macular.
Ainda é cedo para falar em cura, mas cada passo da ciência nos aproxima de um mundo em que **a perda de visão possa ser revertida com tecnologia**.
Enquanto aguardamos novos estudos e aperfeiçoamentos, essa pesquisa simboliza algo que a oftalmologia nunca perdeu: **a esperança de devolver a luz a quem vive na escuridão**.
Este vídeo bem como seus comentários não substituem a consulta médica e tem apenas finalidade educativa, não devendo ser utilizados para tomada de decisões, sendo necessária para isto a consulta presencial com o médico especialista.
Autor:
Dr. Mário César Bulla
Cremers 28120
Médico Oftalmologista - Retinólogo
www.clinicabulla.com.br

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1:00 Perspectivas para funcionamento do chip de retina.