Terapia Combinada, como aplicar? | Dr João Tassinary

O vídeo detalha a aplicação da terapia combinada, definindo-a classicamente no contexto estético como a associação de ultrassom na frequência de 3 MHz com correntes elétricas. Essa combinação é um recurso versátil, primariamente voltado para tratamentos corporais como gordura localizada e celulite, podendo também atuar como coadjuvante na flacidez tissular. Os efeitos fisiológicos são sinérgicos: o ultrassom promove um efeito lipolítico não citolítico, esvaziando o adipócito ao aumentar a permeabilidade de membrana e liberar ácidos graxos e glicerol, estimulado por mecanismos como o aumento da norepinefrina. As correntes elétricas, por sua vez, focam no estímulo do sistema linfático, auxiliando na remoção dos metabólitos liberados e do líquido excedente, e, dependendo do tipo de corrente (excitomotora), podem induzir contração muscular, o que potencializa a drenagem e aumenta o gasto energético.

A aplicação varia conforme a condição a ser tratada. Para gordura localizada, utiliza-se o ultrassom no modo contínuo para maximizar o efeito lipolítico, combinado com a corrente para drenagem e, se desejado, contração muscular. No tratamento da celulite, a escolha do modo do ultrassom depende se ela é inflamatória ou fibrótica. Na celulite inflamatória, o ultrassom pulsado (5%) é preferível por seu efeito anti-inflamatório adicional, mantendo o estímulo linfático pela corrente. Para a celulite fibrótica, o ultrassom contínuo é usado para promover aquecimento e remodelamento tecidual, além da lipólise, sempre acompanhado pelo estímulo linfático da corrente. A dosimetria do ultrassom recomendada é de 0.5 W/cm² para todas as indicações.

A prática da aplicação envolve delimitar cuidadosamente a área de tratamento, evitando proeminências ósseas, e calcular o tempo de sessão dividindo a área total pela área do cabeçote. A parametrização no equipamento inclui selecionar o modo do ultrassom (contínuo/pulsado), a dosimetria (0.5 W/cm²) e os parâmetros da corrente elétrica, como largura de pulso (sugestão de 50 a 250 µs) e frequência (sugestão de 10 a 40 Hz). A técnica de aplicação exige o uso abundante de gel como meio de acoplamento para garantir a transmissão da onda sonora, realizando movimentos circulares e mantendo o gel sob o aplicador. A intensidade da corrente é ajustada gradualmente conforme a tolerância do paciente, considerando a acomodação neural ao longo da sessão. Em suma, a eficácia da terapia combinada reside na correta indicação, parametrização precisa e técnica de aplicação adequada, explorando a sinergia entre o ultrassom e a corrente elétrica para otimizar os resultados estéticos.