renato enoch - des construção [chico buarque / tiago iorc - projeto recortes]

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Renato Enoch reinterpreta "Desconstrução" de Tiago Iorc e "Construção" de Chico Buarque.

Single dos novos EPs de Releituras: "Recortes" - Lançamento nos dias 09 e 23 de Agosto.
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Assista ao clipe "a cruz" :    • Renato Enoch - A cruz (Clipe Oficial)  

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FICHA TÉCNICA:
Título: des construção
Intérprete: Renato Enoch
Composições: "Construção" de Chico Buarque e "Desconstrução" de Tiago Iorc
Produção musical: Fillipe Glauss
Produção de vídeo e fotografia: Estúdio Ventana; Mateus Lustosa e Renato Enoch
Direção artística e concepção: Renato Enoch e Mateus Lustosa
Assistente de direção: Julia Resende
Edição e Pós-produção: Renato Enoch
Músicos: Renato Enoch (voz, teclado e samples), Fillipe Glauss (Guitarra, percussão eletrônica e efeitos); Diego Mancini (baixo)
Projeções de vídeo: "Abstract" Kisa Film (de Ahmet Ozdemir); Toposcape (de Adnaan Jiwa); Construction (de Tim Divall).
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LETRA
"des construção"
(adaptada de "Desconstrução" de Tiago Iorc e "Construção" de Chico Buarque)

Quando se viu pela primeira vez
Na tela escura de seu celular
Saiu de cena pra poder entrar
E aliviar a sua timidez
Vestiu um ego que não satisfez
Dramatizou o vil da rotina
Como fosse dádiva divina
Queria só um pouco de atenção
Mas encontrou a própria solidão
Ela era só uma menina

Amou daquela vez como se fosse máquina
Amou daquela vez como se fosse a última
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
E atravessou a rua com seu passo tímido
(Ti ti ti ti ti tímido)

Amanheceu tão logo se desfez
Se abriu nos olhos de um celular
Aliviou a tela ao entrar
Tirou de cena toda a timidez

Alimentou as redes de nudez
Fantasiou o brio da rotina
Fez de sua pele sua sina
Se estilhaçou em cacos virtuais Nas aparências todos tão iguais Singularidades em ruína

Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo, num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
E tropeçou no céu como se ouvisse música
Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público

Entrou no escuro de sua palidez
Estilhaçou seu corpo celular
Saiu de cena pra se aliviar
Vestiu o drama uma última vez

Se liquidou em sua liquidez
Viralizou no cio da ruína
Ela era só uma menina

Ninguém notou a sua depressão
Seguiu o bando a deslizar a mão
Para assegurar uma curtida