para FERNANDA MONTENEGRO - de Odilon Esteves
Автор: Odilon Esteves
Загружено: 2023-10-16
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Fernanda Montenegro completa hoje 94 anos. Um dia de festa pra mim. Tenho muito o que celebrar no dia de hoje. Passei a semana cantarolando essa canção que fiz pra ela e esse foi, ao meu modo, um jeito de rezar por sua arte, por sua existência tão plena e para que ela tenha muitos e muitos anos de vida pela frente.
Feliz aniversário, querida Fernanda! Mil vivas!
DONA FERNANDA - por Odilon Esteves
Sem trono, sem cetro
Sem corte, sem clero
Sem ouro, sem pompas
Sem manto ou auréola
Sem muros, sem guerras,
Sem balas, sem bombas
Ela inaugura um reino sem reis onde reina um mundo mais vivo
E onde bruxas e santas e putas e doidas e deusas habitam
Em seus tijolos misturam-se heranças de eras do pranto e do riso
Onde o efêmero enrosca-se ao tempo e se torna de um tempo infinito
Sai da coxia e pare serpentes, pássaros, onças
E se espalha nos ares, penetra lugares que só ela alcança
E morre e nasce e renasce em fogo, em vento, em crianças
E movimenta os mares, chacoalha os lares, nos chama pra dança
Com sangue, com células
Próprias costelas
Com olhos, com vulva
Com ventre, com verbos
Com óleo e aquarela
Com colo, com luta
Ela concebe a mulher de onde vem a mulher que engendra outros ritos
E engravida a palavra de outras palavras e mostra o inaudito
Ela mergulha em papéis e, sem rede aos seus pés, toca os próprios abismos
Num vir a ser sem cessar onde o ser pode ser sempre bem mais bonito
Dona Fernanda se espraia sem garantia nenhuma
As bambolinas a embalam, poltronas se calam, com a vida pactua
Abrem cortinas, se alarga, com um gesto nos leva à lua
e as tábuas do palco atestam que fazem a festa quando ali ela atua
A GAIVOTA, de Anton Tchekhov
NINA: "Sinto Kóstia que já sou atriz, em cena sinto-me tomada como que embriagada de êxtase e emoção. Agora compreendo bem que não é fama, não é glória, nem nada do que eu sonhava o cerne desta profissão. É aguentar com paciência, ter fé, carregar a cruz
e fazer diante do público a minha confissão. Eu já não sofro tanto, já não tenho mais medo da vida, nenhum medo, quando penso nessa minha vocação.”
No instante antes das palmas
a plateia se vê nua
voltam-se adentro os olhares
por alma que faz você olhar pra sua
E no silêncio da sala
vista de perto ou da grua,
na cena ao vivo ou na tela
o que emana dela é luz que tatua.
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