Dubai à Beira do Limite com Imobiliário Inflado, Energia Cara e Vulnerabilidade Climática

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Este vídeo investiga a estrutura material, política e econômica que sustenta Dubai como uma máquina especulativa do Golfo. A análise descreve como o emirado funciona como uma corporação-estado, operando um modelo de urbanismo baseado em dívida, expansão imobiliária contínua e captura de fluxos globais de capital. O vídeo examina o papel das empresas estatais (GREs), o Investment Corporation of Dubai (ICD), a financeirização do espaço urbano e a lógica de crescimento apoiada por turismo, logística e engenharia financeira.

A investigação apresenta a economia política do trabalho migrante, detalhando o sistema Kafala, a segregação espacial, os campos de trabalho, o fenômeno dos “bed-spaces” e a hierarquia racial que estrutura o mercado de trabalho de Dubai. O vídeo contextualiza como a construção de arranha-céus, ilhas artificiais e megaprojetos depende de uma infraestrutura social baseada em mobilidade restrita, baixos salários e trabalhadores endividados.

O vídeo também analisa o metabolismo urbano de Dubai: dessalinização intensiva, dependência energética, salmoura descartada no Golfo, drenagem insuficiente, esgoto transportado por caminhões e a expansão de ilhas artificiais por dragagem. A discussão inclui os limites climáticos da região, como calor extremo, risco de superaquecimento letal e vulnerabilidade das áreas costeiras ao aumento do nível do mar.

A dimensão estética aparece na leitura do Futurismo do Golfo, dos shoppings climatizados à monumentalidade de vidro, e do uso da arquitetura como dispositivo de branding estatal. O vídeo aborda o papel da vigilância digital, das zonas de Common Law no DIFC e da engenharia jurídica que sustenta o capital global no emirado.

A parte final apresenta os horizontes de crise: bolhas imobiliárias, restrição climática, queda estrutural dos petrodólares e tensões geopolíticas. O vídeo mostra como o modelo de Dubai depende de consumo energético massivo, da permanência de fluxos de capital e de uma força de trabalho migrante substituível.