#OS44

Jean-Philippe Rameau foi uma das figuras centrais da música francesa do século XVIII. Sua contribuição teórica mais significativa foi o Traité de l’harmonie, publicado em 1722, que o tornou uma autoridade musical em toda a Europa. Esse tratado foi o primeiro grande texto sistemático sobre harmonia tonal — um sistema ainda recente à época, mas que se tornaria a base da música ocidental nos séculos seguintes. A obra ajudou a consolidar o tonalismo e marcou uma ruptura com o sistema modal usado na Idade Média e na Renascença. Esse novo modelo transformaria profundamente a maneira de compor e ouvir música.

Ao utilizar os conceitos de tônica, dominante e resolução harmônica, Rameau estruturou uma linguagem musical mais expressiva, intensa e sofisticada. Com isso, foi capaz de criar obras com profundidade harmônica inédita, causando grande impacto — e também resistência — entre os seguidores das tradições de Lully. Muitos consideraram sua música ousada demais, quase “deformada”. Ainda assim, seu domínio técnico e sua visão estética abriram caminho para uma nova fase da ópera francesa. Sua produção revela, com clareza, a transição do mundo modal para o tonal, e mostra como a escuta do público evoluiu ao longo do tempo.

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Aqui estão os links que mencionei ao longo desse vídeo:
   • Gregorian Chant for the Dead: Dies irae (S...   - Dies irae
   • Can vei la lauzeta mover   - Bernard de Ventadon -Século XII
   • Rameau: Les Boréades – Suite ∙ hr-Sinfonie...   - Les Boreades

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