Uma análise do poema "Viola quebrada" de Mário de Andrade | Rotacismo e Lambdacismo

👉🏻 "Viola quebrada" de Mário de Andrade

Quando da brisa no açoite a flor da noite se acurvou
Fui encontrar com a Maroca meu amor
Eu senti n'alma um golpe duro
Quando ao muro lá no escuro
Meu olhar andou buscando a cara dela e não achou

Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou

Minha Maroca resolveu pra gosto seu me abandonar
Porque um fadista nunca sabe trabalhar
Isto é besteira pois da flor
Que brilha e cheira a noite inteira
Vem depois a fruta que dá gosto de saborear

Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou

Por causa dela sou rapaz muito capaz de trabalhar
Todos os dias, todas as noites capinar
Eu sei carpir porque minh'alma está arada e loteada
Capinada com as foiçadas desta luz do seu olhar

Minha viola gemeu
Meu coração estremeceu
Minha viola quebrou
Meu coração me deixou.

👉🏻 * Professor Mário Vasconcelos Queiroz*

Nasceu em Guapó, interior de Goiás, onde morou até concluir o primeiro grau, em 1968.

É formado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal de Goiás-UFG e em Direito pela então Universidade Católica de Goiás-UCG, hoje PUC.

Foi efetivamente professor de Língua Portuguesa por 42 anos, mais 5 esporádicos para concursos em geral e específicas destinadas a vestibulandos.

Atuou como assessor jurídico por 19 anos no ex-Gabinete Civil, atualmente Casa Civil da Governadoria do Estado de Goiás, dali saindo em 2019, a fim de trabalhar on-line em cursos de português, inclusive jurídico, com sua filha Lara Brenner.

00:00 Início
01:45 Poema "Viola Quebrada" de Mário de Andrade
02:37 Mário de Andrade e sua importância na cultura brasileira
03:23 Semana de Arte Moderna e sua relevância
06:40 O fenômeno do rotacismo na linguagem caipira
08:24 Explicação do rotacismo e lassismo
10:41 Análise da estrutura do poema
11:32 O uso de verbos com ou sem o prefixo "a"
13:49 Diferença entre verbos como "baixar" e "abaixar"
15:27 O espírito brasileiro na poesia de Mário de Andrade
17:18 Cantando "Viola Quebrada"