Inteligência Artificial na estratégia de desenvolvimento da China
Автор: Instituto de Economia da Unicamp
Загружено: 2025-02-12
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Inteligência Artificial na estratégia de desenvolvimento da China
O recente avanço da plataforma chinesa DeepSeek abalou os mercados e expôs as rachaduras no modelo de desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA) focado em custo computacional massivo, até então dominado pelos EUA. Este seminário do Instituto de Economia da Unicamp analisa as raízes e as implicações dessa nova fase da rivalidade tecnológica sino-americana.
Os professores Célio Hiratuka, José Roselino e Antônio Carlos Diegues debatem como o avanço da IA na China não é um "raio em céu azul" [01:00:01], mas o resultado de uma estratégia de Estado de longo prazo, consolidada no "Plano de Desenvolvimento de IA de Nova Geração" de 2017 [03:23].
A análise contrasta os dois modelos de desenvolvimento:
O Modelo dos EUA: Visto como uma "contra-reação" americana (2019-2023), é focado em Modelos de Linguagem Gigantes (LLMs), como GPT e Gemini. Este modelo é caracterizado por custos computacionais exponenciais (exigindo chips de ponta da NVIDIA) [11:47] e impulsionado por uma lógica "financeirizada" [13:47]. Liderado pelas GAFAM, opera de forma fechada e extrativista, focado em rentabilidade e valor acionário, com pouca conexão com a base manufatureira ou serviços públicos [57:13].
O Modelo Chinês: O surgimento do DeepSeek é a "contra-contra-reação" chinesa [14:45], provando ser possível alcançar alta performance com custos computacionais drasticamente menores e modelos mais abertos. Este modelo é definido por uma "simbiose tensa" [31:28] entre o Estado-Partido e as Big Techs locais (BAT - Baidu, Alibaba, Tencent). A IA não é um fim em si, mas um "vetor habilitador" [43:44] para resolver missões nacionais: a sofisticação da indústria (inclusive de baixa tecnologia) e a universalização de serviços públicos (saúde, cidades inteligentes, redução da pobreza) [36:46].
O debate analisa como as empresas chinesas (Huawei, Alibaba) estão profundamente integradas aos projetos estratégicos do Estado (como o "City Brain" [49:56] e a "Digital Silk Road" [39:02]), diferentemente da lógica rentista ocidental.
Os pesquisadores concluem discutindo o que essa disputa significa para países em desenvolvimento como o Brasil. O modelo chinês, mais aberto e funcional, pode criar janelas de oportunidade para o país [01:08:08]. Embora o Brasil não possa competir na criação de uma "Big Tech" estatal [01:11:15], possui um enorme potencial para aplicar IA na melhoria de seus serviços públicos (como o SUS e o Cadastro Único) [01:16:13] e fortalecer sua base de software industrial (como a TOTVS) [01:17:13].
Palestrantes: Célio Hiratuka (Unicamp), Antônio Carlos Diegues (Unicamp) e José Roselino Júnior (UFSCAR).
[00:00] Abertura: A rivalidade EUA-China e o impacto do DeepSeek
[03:50] (Célio) A estratégia chinesa de IA: de 1956 ao plano de 2017
[09:05] (Célio) A "Contra-Reação" dos EUA: O modelo de LLMs massivos e financeirizados
[14:45] (Célio) DeepSeek: A "Contra-Contra-Reação" chinesa com modelo aberto e leve
[17:30] (Zé) A disputa hegemônica: Mais que Guerra Fria, uma nova ordem mundial
[26:04] (Zé) O "Jardim Cercado": A "Simbiose Tensa" entre o Estado e as Big Techs chinesas (BAT)
[35:40] (Zé) O modelo de "não-extração" (rent-seeking) da China: IA para o público
[43:09] (Diegues) IA como "vetor habilitador": Sofisticação industrial e serviços públicos
[54:12] (Diegues) Comparação dos modelos: Plataformas (China) vs. Rentismo (EUA)
[01:05:39] Debate: Implicações da disputa para o Brasil (SUS, TOTVS e soberania)
Data: Quarta, 12/02/2025, às 18h.
Inspirado no artigo: https://bit.ly/42NW2Sj
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