#96 - Espanhol ou Castelhano? A difusão da língua espanhola nas Américas
Автор: Hora Americana
Загружено: 2025-11-04
Просмотров: 189
Prepare-se para ouvir a história que a gramática não conta! O episódio #96 está no ar!
O Hora Americana inicia uma discussão super interessante sobre o idioma que moldou grande parte do nosso continente: o espanhol falado nas Américas. Recebemos Xoán Carlos Lagares Diez, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da área de política linguística, para desvendar as complexas relações de poder que se manifestam na forma como falamos.
Você já parou para pensar que a língua é um objeto social em disputa? Conheça a Glotopolítica, um ramo do conhecimento que estuda os vínculos entre o universo da política e o uso da linguagem. A glotopolítica é um olhar político sobre a linguagem que desnaturaliza o objeto língua, mostrando que até mesmo a escolha de um nome é um ato político.
Neste episódio, mergulhamos na origem desse idioma no continente. Descubra por que a preferência na América Latina por chamá-lo de "castelhano" está diretamente ligada ao desejo de se desidentificar da metrópole colonizadora (Espanha). Lagares detalha como o castelhano que chegou à América tinha forte influência das falas do Sul da Península Ibérica, sobretudo da Andaluzia, manifestando características como o “seseo” (a não distinção entre S e C/Z) e o uso de “ustedes” para a segunda pessoa do plural.
A colonização espanhola, com seu foco em urbanização e construção de centros culturais (como a fundação de universidades, a exemplo da Universidade de Lima em 1551), gerou dinâmicas linguísticas muito distintas das vivenciadas na América Portuguesa.
Mas, afinal, será que existe apenas um espanhol? Inspirados pela frase de Saramago sobre o português, questionamos: há "línguas em espanhol"?. A realidade linguística é de uma diversidade enorme. Entenda como as interações com línguas indígenas e africanas — especialmente no Caribe — moldaram variedades regionais, inclusive dando origem a línguas crioulas singulares, como o “Palenquero” e o “Papiamento”.
Com a formação dos Estados Nacionais, a língua, apesar de hegemônica, gerou tensões entre as elites crioulas: o desejo de autonomia linguística coexistia com a necessidade de manter a continuidade cultural com a metrópole. Exploramos também a diglossia, o fenômeno de hierarquização das línguas onde o espanhol ocupou as funções sociais de prestígio, forçando as culturas nativas a disputar novos espaços para suas línguas.
Por fim, entenda a disputa acirrada pelo futuro do idioma. De um lado, a Real Academia Espanhola, que historicamente busca o controle da norma. De outro, a realidade de pluricentrismo normativo na América, com polos fortes como Argentina e México. A política pan-hispânica da RAE é uma estratégia inteligente para manter o controle por meio da liderança, resultando no que alguns chamam de pluricentrismo piramidal.
Não perca este episódio! Dê play e mergulhe na dimensão política da língua espanhola!
Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana.
Доступные форматы для скачивания:
Скачать видео mp4
-
Информация по загрузке: