Usina Serro-Azul Palmares - PE

Usina Serro-Azul – construída na terras do Engenho Camevou

Nas terras do engenho Camevou, as margens do Rio Una e distante de Palmares 22 quilômetros, foi fundada no ano de 1922 pelo Coronel José Piauhylino Gomes de Melo Filho a Usina Serro-Azul. O nome da usina deriva do nome da outra propriedade do coronel denominada de Serra-Azul, antigo engenho Banguê que também tinha sido transformada em usina.
Em seu livro, Senhores de Engenho e Usineiros a Nobreza de Pernambuco, Severvino Moura relata: “além de administrar a Usina Serra-Azul em atividade, incluindo campo agrícola e indústria, o coronel José Piauhylino dirigia os trabalhos da nova construção. Nos sete dias da semana, fazia o percurso a cavalo ente as duas usinas, saindo de casa às 4 horas da madrugada e regressando às 10 horas da noite, sem acompanhante. Achava ele que ninguém se atreveria a emboscá-lo, muito menos a enfrentá-lo. O trecho entre as duas usinas era uma verdadeira travessia de matas virgens ladeiras, lama e sem habitações. Quando chegava na casa-grande da Usina Serra-Azul, estava à sua espera, seu estribeiro de confiança – Veríssimo Gomes – sentado no terraço da casa, às vezes já ultrapassando de meia-noite. Na época do inverno, regressava molhado e sujo de lama. Deixava as botas sujas na calçada, após fazer a rotineira recomendação: “Veríssimo! Às 4 horas da manhã eu quero o cavalo pronto e as botas enxutas”. E, na hora marcada, lá estava para o trabalho, dois pares de botas. Veríssimo sempre teve o cuidado de cumprir as determinações pontualmente, antecipando-se 10 minutos da hora marcada. Nunca ouviu a 4ª badalada do grande relógio de parede da sala, sem o coronel depois de alguns segundos lhe dar bom-dia! Esse regime de trabalho durou até 1922, quando a Usina Serro-azul moeu e o coronel passou a residir na usina nova.”
O coronel José Piauhylino comprou as propriedades limítrofes a Usina, Camevouzinho, Liberdade, Aratinga, Fertilidade, Floresta, Moscou, Aliança, Mágico, Verde, Mearim, Canário, União, Riachuelo, Penderaca, Vista Alegre, Tambor, Almirante, Rosa Mucha, Barrado Dia e Pará. Homem talentoso, exercia várias funções uma delas era a medicina prática de urgência.
No dia 22 de novembro de 1951 o coronel faleceu. A usina passou então a ser administrada pelos filhos do coronel. No ano de 1967, devido à maior crise de sua história, o Instituto do Açúcar e do Álcool promoveu a intervenção na gestão na usina. Depois de um tempo a Usina Serro-Azul foi vendida a Fernando Antônio Torres Rodrigues. Na administração do atual proprietário foram demolidas as estradas de ferro e as cinco potentes locomotivas foram desmontadas. Houve grande desmatamentos das matas dos engenhos que pertenciam a Usina e em seguida os engenhos foram arrendados. Na década de 80 a usina entrou em crise novamente. No ano 1982 a usina e seus engenhos foram desapropriadas.

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