PINTURA TRICOAT / BRANCO PEROLIZADO

História da Pintura Tricoat

A pintura Tricoat (three-coat ou “de três camadas”) é uma das maiores evoluções da estética automotiva. Diferente da pintura tradicional de duas camadas (base + verniz), ela adiciona uma camada intermediária de efeito, composta por pigmentos perolados, micas ou cores translúcidas. Essa etapa cria profundidade, brilho intenso e variação de tonalidade conforme a luz e o ângulo de visão, tornando o carro mais sofisticado e valorizado.

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Origens e Evolução

O conceito de usar múltiplas camadas para obter profundidade começou a ganhar força no final dos anos 1980 e início dos 1990, quando o avanço químico permitiu:
• Pigmentos de interferência mais estáveis (pérolas sintéticas, micas).
• Controle mais preciso da aplicação nas linhas de pintura robotizadas.
• Vernizes de alta resistência UV, que protegiam as camadas inferiores.

Nos EUA e Europa, marcas premium como Cadillac, Lexus e Mercedes-Benz usaram cores peroladas para diferenciar seus modelos de luxo. A Ford popularizou o termo “Tri-Coat” com opções como o White Platinum Tri-Coat em picapes e SUVs.

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Chegada ao Brasil

No Brasil, o Tricoat começou a aparecer na década de 1990, em carros de maior valor agregado:
• Chevrolet Omega e Vectra CD com cores peroladas.
• Fiat Marea e Brava com o famoso Branco Kalahari.
• Honda Civic e Toyota Corolla (importados) com branco perolado.

No início, era restrito a versões topo de linha por ser um processo caro e mais lento na produção. Com o tempo, e com o avanço da tecnologia, o Tricoat se tornou disponível em modelos médios e até compactos — hoje vemos Nissan Kicks, Versa, Peugeot 3008, Toyota Hilux e até hatches compactos oferecendo branco pérola ou vermelho perolado como opção de fábrica.

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Curiosidades e Impactos
• Controle de espessura é fundamental: uma camada de efeito muito grossa ou muito fina altera totalmente o tom final.
• Repintura complexa: oficinas precisam aplicar testes em plaquetas para acertar o número de passadas do mid-coat e igualar a cor da peça ao restante do carro.
• Custo mais alto: tanto na produção quanto no reparo, já que há mais material e mais etapas de aplicação.
• Valor de revenda: cores tricoat geralmente são cobradas à parte na concessionária, mas valorizam o carro no mercado de usados.
• Variedade visual: a mesma cor pode parecer mais clara ou escura dependendo do sol, da luz noturna ou do ângulo de observação — esse é o “charme” do tricoat.

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Situação Atual

Hoje, o Tricoat é um símbolo de sofisticação, sendo usado tanto para brancos perolados (os mais vendidos no Brasil) quanto para vermelhos e azuis especiais. As montadoras investem em processos mais eficientes, como o sistema 3-Wet (três camadas aplicadas sem cura intermediária), que reduz consumo de energia e emissões de VOCs.