Sucessão ecológica

#Biologia #Ecologia #Sucessãoecológica
Aula voltada para o Ensino Médio e estudantes do ENEM sobre sucessão ecológica.

Roteiro do vídeo:
Em uma cidade estabelecida, com concreto e tudo mais, a vida é difícil de se desenvolver. Ainda mais se fizermos a manutenção e impedirmos que isso aconteça. Agora se o ser humano sumisse das cidades, a natureza por si só iria fazer um processo chamado sucessão ecológica, e eu vou explicar como ele funciona, com exemplos.
Em 2013 na costa do japão, um vulcão submerso entrou em errupção e então criou uma ilha, totalmente inédita e obviamente, sem nenhuma vida no local. Nosso primeiro tipo de sucessão será explicado ai, a sucessão ecológica primária.
Nesse ambiente, completamente novo, a vida irá começar a florescer através de organismos simples, super resistentes a variações altas de temperaturas e altas taxas de fatores climáticos, afinal, estamos falando de um local onde só terá o solo. Esses primeiros organismos em geral são protozoários e bactérias que devem vir de carona com organismos visitantes (como os pássaros) ou até mesmo pelo ar. Na sequência, organismos simples como liquens e musgos irão aparecer, uma vez que possuem baixas exigências nutricionais e alta resistência, esses organismos são chamados de pioneiros. Com os pioneiros no ambiente, os fatores climáticos acontecendo, a tendência é que esse solo comece a receber mais nutrientes e a matéria orgânica formada pelos pioneiros comece a se acumular na região, a famosa biomassa, dando oportunidade para espécies mais complexas aparecerem ali.
Então o surgimento de arbustos, gramas e plantas simples devem começar a aparecer, até mesmo uma árvore ou outra também, nesse momento as plantas pioneiras estão completamente estabelecidas, esse momento se chama Ecese. Lembrando que todos os organismos devem vir através de dispersão ou migração. Se você não lembra como funciona esse processo, da uma olhadinha no vídeo aqui do canal sobre o assunto.
Claro que isso não é rápido, na verdade é super demorado, sendo que irão se passar décadas para que essas plantas mais complexas sobrevivam ali, mas uma vez que o fazem, conseguem fornecer alimento e matéria orgânica para a região, então algo curioso acontece.
Os organismos pioneiros, que são super resistentes, tem uma fraqueza, eles não gostam de competição por espaço. Pode ser devido a falta de alimento ou até mesmo predação, mas uma vez que organismos mais complexos surgem, os pioneiros tendem a desaparecer dali, essa fase é a chamada concorrência. Os últimos organismos a se estabelecer nesse novo local em geral são os animais, geralmente iniciando com espécies detritívoras com alta resistência (como formigas, cupins, minhocas e baratas), então outras espécies de invertebrados, eventualmente os predadores desses animais e por fim espécies maiores, como os animais vertebrados. Temos que destacar que nesse momento as taxas de fotossíntese em geral são bem maiores que as taxas de respiração celular.
Nesse momento temos a chamada comunidade intermediaria, pois as espécies estão criando seus nichos ecológicos e ainda a comunidade não está estabelecida ainda.
Uma vez que todo mundo sabe onde esta seu quadrado, temos uma comunidade clímax, ou seja, estamos em um auge de diversidade da região, quando atingimos os maiores níveis de biomassa e as teias alimentares são super complexas. Em um momento como esse, é esperado que as taxas de respiração e de fotossíntese se igualem. Vale lembrar que para chegar a esse ponto, muitos e muitos anos tem que ter passado. Esse momento se chama estabilização.
Claro que o vulcão do Japão não chegou nessa fase ainda, está no meio do processo, mas existem outros vulcões no planeta que já fizeram esse processo a muitos anos atrás.
Mas você deve estar se perguntando, isso só acontece quando existe um local novo, totalmente inexplorado?
Bom, não.
Vejamos o exemplo do Pantanal Brasileiro em 2020. Ali aconteceram muitas queimadas e muitas espécies, tanto animais quanto vegetais foram desaparecendo. A sucessão ecológica irá acontecer em algum momento, porem nesses locais a biomassa não foi completamente perdida, até mesmo alguns organismos podem ter sobrevivido, isso faz com que tenhamos a chamada sucessão ecológica secundária, que segue o mesmo padrão da anterior, porem como já existe biomassa e alguns organismos ali, tudo acontece de forma mais veloz.
Algumas áreas podem utilizar do processo de sucessão ecológica para manter sua formação vegetal, como é o caso do cerrado brasileiro, que a cada dois anos tem um ciclo natural de queimadas. Isso serve para que espécies colonizadoras permaneçam crescendo ali e se desenvolvendo. Se o fogo deixar de acontecer nessa região, por exemplo, essas espécies vão competir com outras mais complexas e irão desaparecer da região. Com o fogo periódico essa colonização é sempre reiniciada.