MILONGA DO AGORA

Milonga do Agora
(Ritmo: Milonga Gaúcha)

[Estrofe 1]
A vida é tropa solta, que não se doma na rédea,
É potro novo correndo, sem rumo e sem média.
Num sopro leve de vento, tudo pode desandar,
Um dia nasce sereno... e à tarde já quer chorar.

[Estrofe 2]
A gente finca estaca, levanta rancho e esperança,
Mas o destino é um peão, que dança sem liderança.
Um bilhete, um passo torto, um adeus fora de hora,
E aquilo que era eterno... se vai e não volta agora.

[Refrão]
Então, não deixa pra amanhã o que hoje quer falar,
Diz “te amo”, pede desculpa, não espera o tempo passar.
Porque o tempo não dá trégua, e a vida é só um segundo,
Num suspiro ela se esconde, se perdendo nesse mundo.

[Estrofe 3]
Já vi campo verde em festa virar cinza no verão,
E sorriso de criança desmanchar-se na solidão.
Por isso eu digo, gaúcho, viva como se fosse o fim,
Cada abraço é tesouro, cada afeto é jardim.

[Refrão]
Então, não deixa pra amanhã o que hoje quer falar,
Diz “te amo”, pede desculpa, não espera o tempo passar.
Porque o tempo não dá trégua, e a vida é só um segundo,
Num suspiro ela se esconde, se perdendo nesse mundo.

[Final]
No compasso dessa milonga, meu verso quer ensinar:
Quem vive o agora com alma, tem mais história pra contar.
Pois no galpão da existência, só leva quem soube amar,
E a incerteza da estrada... é o que faz a vida brilhar.