Nós queremos ser brancos? Um corpo negro no mundo.

No novo episódio do Pretanálise, seguimos escutando Neusa Santos Souza — mulher negra, psicanalista e autora de Tornar-se negro — para aprofundar um de seus conceitos mais potentes: o ideal de ego.

Neusa nos ajuda a pensar o que significa desejar ser branco em um mundo que ensinou que a humanidade tem cor. Seu pensamento atravessa o espelho e chega à pele, revelando as marcas psíquicas deixadas pelo racismo na construção do eu.

Neste episódio, ouvimos também um áudio inédito de Isildinha Batista, psicanalista que conheceu Neusa e compartilha suas memórias e impressões sobre essa mulher que ousou colocar o racismo no centro da experiência subjetiva.

Falamos sobre o ideal embranquecido do eu, sobre a tentativa inconsciente e cotidiana de se aproximar de um padrão que nega nossa existência — e sobre o gesto político e clínico de abandonar esse ideal para se reconhecer como sujeito negro.

🖤 Algumas das perguntas que atravessam o episódio:

O que o desejo de ser branco diz sobre o inconsciente colonizado?
Como o racismo estrutura o ideal de ego em sociedades como a brasileira?
É possível amar-se num mundo que nos ensinou a desejar a brancura?

Entre teoria e vida, “Nós queremos ser brancos?” é um convite a revisitar Neusa para além da citação e a escutá-la no que ainda nos provoca e nos convoca.
Afinal, tornar-se negro, como ela escreveu, é um processo psíquico e político de libertação, um trabalho de desfazer o que o racismo fez do nosso espelho.

Este episódio é também um gesto de escuta e homenagem: à mulher que abriu caminhos para pensarmos o inconsciente racializado e àquelas que continuam fazendo ecoar sua voz, como Isildinha Batista, que esteve com Neusa e traz sua presença viva para esta conversa.

🪶 Por que este episódio importa?
Porque o desejo de ser branco não é uma falha individual — é um efeito colonial.

E só ao nomear esse desejo, compreendê-lo e atravessá-lo, podemos construir novas formas de existir, amar e desejar em corpos negros.

Pretanálise — a psicanálise atravessada pela experiência negra.

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