O APOSTO NA SINTAXE BRASILEIRA: DEBATES CLÁSSICOS, DIVERGÊNCIAS E CAMINHOS INTERPRETATIVOS

Nesta aula, a professora Doutora Rosane Reis examina uma das funções sintáticas mais controversas da tradição gramatical: o aposto. Longe de ser um tema simples, o aposto envolve divergências conceituais entre nomes centrais da gramática brasileira — Celso Cunha, Bechara, Mattoso Camara, Azeredo, Adriano da Gama Kury, Gladstone Chaves de Melo e Celso Pedro Luft — cada qual propondo critérios distintos para sua definição, suas análises e seus limites em relação a funções próximas, como predicativo, adjunto adverbial e atributo circunstancial.
A aula apresenta:

1- as principais correntes teóricas sobre o aposto e suas bases conceituais;

2- as divergências entre gramáticos acerca da possibilidade de adjetivos exercerem função de aposto;

3- a oscilação terminológica entre aposto circunstancial, aposto predicativo, predicativo circunstancial, predicativo adjunto etc.;
4- a análise comparada de exemplos clássicos sob diferentes perspectivas;

5- o debate sobre o aposto resumitivo ou sintético, com destaque para o papel dos pronomes indefinidos (tudo, nada, ninguém) e para o conflito entre sujeito composto e aposto enumerativo;

6- a interpretação da anteposição e posposição nos casos de aposto sintético, segundo Oiticica.

Com base em obras de referência e em leitura crítica, a aula busca esclarecer por que essa função sintática permanece aberta à discussão e como compreender as diferentes propostas de análise. Uma oportunidade para professores, estudantes e pesquisadores aprofundarem um ponto fundamental da sintaxe do português à luz da tradição gramatical brasileira.