Angelo Soliman, um negro empalhado em Viena

Hoje eu vou contar a história de uma pessoa que era um exemplo perfeito dos pensadores do Iluminismo. Angelo Soliman era cultíssimo e poliglota, circulava nos meios mais intelectuais de Viena, inspirou um personagem de Mozart e foi amigo do imperador José Segundo, um dos déspotas esclarecidos que tentaram melhorar a vida de seu povo nesse período. Também é lembrado até hoje na Maçonaria por ter introduzido no rito maçônico as discussões de natureza intelectual.

Apesar de tudo, quando Soliman morreu, ele não ganhou homenagens nem um grande funeral. Ao invés disso, teve seu corpo confiscado, empalhado e transformado numa peça de museu, como se não fosse nem sequer humano.

Isso ocorreu porque Soliman era negro. Nascido na África e escravizado ainda criança, ele demonstrou que cor não determina inteligência, mas nunca deixou de ser visto como uma curiosidade, mesmo depois da morte. Eu descobri a respeito dele quando estava preparando a reedição do meu livro Dona Leopoldina, a história não contada, publicado pela editora Record. Ele já está à venda em todas as livrarias e está cheio de novidades.

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Introdução 00:00
Os primeiros anos 1:41
Escravidão 3:19
Os “criados mouros” e a hierarquia das raças 5:44
O príncipe de Lobkovicz 7:56
A serviço do príncipe de Liechtenstein 9:55
Em meio à realeza 11:32
Casamento 13:25
O intelectual 15:45
Soliman e a Maçonaria 18:17
Fim da vida 20:11
O negro empalhado 21:15
Companheiros de museu 23:11
A família protesta 24:35
O fim da história 25:39