Não levantar falso testemunho | Catecismo

O oitavo mandamento protege a verdade, fundamento da convivência humana e reflexo da própria fidelidade de Deus. “Não levantar falso testemunho” significa mais do que evitar mentiras formais; trata-se de viver na verdade em todas as dimensões da existência — nas palavras, nos gestos e nas intenções.

A verdade é uma exigência da caridade. Mentir, difamar ou caluniar destrói não apenas a reputação do outro, mas também a confiança que sustenta a comunhão entre as pessoas. O falso testemunho, portanto, não fere apenas o próximo: é uma ofensa direta à própria Verdade, que é Cristo.

A Igreja ensina que todo homem é chamado a conformar sua vida à verdade, e a usá-la de modo prudente. A verdade não deve ser usada como instrumento de orgulho ou curiosidade, mas comunicada com caridade e justiça. A omissão também pode ser pecado, quando o silêncio causa injustiça ou prejudica inocentes.

Além da mentira direta, o oitavo mandamento proíbe a maledicência (revelar faltas reais de alguém sem necessidade), a calúnia (atribuir falsamente um pecado a outrem), e o juízo temerário (supor o mal sem provas). Tais faltas, por menores que pareçam, corroem o vínculo da confiança e da paz social.

Viver o oitavo mandamento é buscar a integridade interior: ser verdadeiro no falar, coerente no agir e honesto nas intenções. O cristão é chamado a testemunhar com a própria vida que “a verdade vos libertará” (Jo 8,32).