Caracterização do rejeito liberado após rompimento da barragem de Fundão

Após o rompimento de barragens de rejeitos em Minas Gerais, vários estudos foram e ainda continuam sendo realizados, para determinar o grau de contaminação das regiões atingidas. A primeira barragem, a de Fundão, localizada em Mariana e controlada pela Samarco Mineração S.A., rompeu-se no dia 05/11/15, despejando aproximadamente 62 milhões de m3 de lama no Rio Doce. Esta lama atingiu 230 municípios de MG e ES, chegando ao mar. Em 2019 ocorreu o mesmo tipo de acidente com a Barragem de Brumadinho. O rompimento de uma barragem provoca o vazamento dos rejeitos provenientes da extração do minério de ferro, contendo vários elementos metálicos juntamente com produtos químicos utilizados nos processos de extração. Além disso, a lama formada arrasta tudo que encontra pela frente, provocando outros tipos de contaminação e destruindo todo o ecossistema por onde ela passa. Todo este material foi coletado sistematicamente em pontos estratégicos e caracterizados por técnicas absorção atômica, difração de raios X, microscopias eletrônicas entre outras. Nesta apresentação serão mostrados alguns resultados obtidos durante estes anos de estudos, que foram realizados por Universidades e Empresas Ambientais.

Profª. Drª. Nelcy Della Santina Mohallem
Graduada em Física pela Unicamp, mestre em Ciências Técnicas Nucleares pela UFMG e doutora em Física Aplicada pela USP. Fez seu pós-doc no CETEC-MG, em síntese hidrotérmica de materiais ferroelétricos e magnéticos. Atualmente é professora Titular do Departamento de Química e Assessora Científica, representante da UFMG, do CIGRÉ-Brasil. Tem experiência na área de Química dos Materiais, com ênfase em Física e Química do Estado Condensado, atuando principalmente em nanociência e nanotecnologia, processos sol-gel, coprecipitação e hidrotérmico.