Agudás: a comunidade brasileira no Benin que convive com marcas da escravidão

Ao longo do século 19, um grande número de africanos escravizados que haviam conquistado a liberdade no Brasil decidiu realizar o caminho de volta e se estabelecer novamente na costa oeste do continente africano. Nesse retorno, levaram consigo práticas culinárias como o cozido e a feijoada, além da língua portuguesa e outras marcas culturais que, até hoje, podem ser encontradas em países como Gana, Togo, Benim e Nigéria.

No Benin, os retornados brasileiros são conhecidos pelo nome de agudás. Entre as figuras mais emblemáticas para a consolidação desta comunidade no antigo reino do Daomé está a do baiano Francisco Felix de Souza, conhecido como Chachá, que fundou bairros brasileiros na cidade histórica de Uidá. A contradição histórica é que Souza também era um dos principais nomes ligados ao comércio atlântico de pessoas escravizadas no século 19. Essa história contamos nesta reportagem, a segunda da série do Bem Viver, programa do Brasil de Fato, sobre os ex-escravizados brasileiros que voltaram a sua terra de origem.

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