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#EXCLUSIVO: TV SUCESSO NA BEIRA OUVE FAMILIARES DE JOVENS ESCRAVIZADOS NO LAOS: "É MUITA SAUDADE"

A TV Sucesso noticiou recentemente que mais de 20 moçambicanos foram vítimas de aliciamento e acabaram escravizados no Laos, após falsas promessas de emprego e altos salários que nunca se concretizaram.

Desta vez, a nossa equipa deslocou-se à cidade da Beira, província de Sofala, para ouvir os familiares das vítimas. Em exclusivo, Delfina, mãe de seis filhos, contou que vive momentos de dor e incerteza desde que o marido partiu em 2024 para trabalhar no estrangeiro. “O que sinto é muita saudade. Ele chegou ao Laos e logo percebemos que não estava bem. Nunca aprovei essa viagem porque nunca vi ninguém voltar de lá com sucesso. Hoje fico sozinha a cuidar dos filhos, com quatro meses de renda em atraso e sem perspectivas”, revelou.

Outros familiares partilham sentimentos semelhantes. O senhor João, pai de uma das vítimas, acompanhado da esposa, disse que pouco sabe sobre o estado da filha e recorre à fé para ganhar forças. Há quem afirme que já suspeitava do esquema ainda antes da viagem e, ao confirmar-se a situação no estrangeiro, pensou até em vender terrenos para ajudar o familiar a regressar ao país.

A TV Sucesso apurou que a fábrica responsável pelo aliciamento funcionava no distrito de Dondo. O repórter Julião Job e o operador de imagem César Mariquele estiveram no local e confirmaram, através de uma fonte, que os cidadãos chineses envolvidos já não se encontram em Moçambique. O proprietário, que estaria na China, era apontado como o responsável directo pelo recrutamento de vários jovens, sob a promessa de emprego naquele país.

Juristas apontam falhas nos mecanismos de fiscalização de recrutadores, aliados à corrupção e ao elevado desemprego juvenil, como factores que alimentam esquemas do género. Já o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) garantiu que o caso encontra-se em investigação.

Apesar da angústia, os familiares enviaram mensagens de esperança aos seus entes queridos. Em resposta, as vítimas asseguraram que estão preocupadas com a situação em que se encontram, mas mantêm viva a expectativa de regressar a Moçambique em breve.

Reportagem: Julião Job
Imagem: César Mariquele
Edição: Bernardo Nhangale
Texto: Elves Abel Mucachua

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