Finalmente... 29 🎉🎈🎂

"29”

Vinte e nove.
Um número que soa quase como um suspiro, aquele antes do salto, antes da virada.
Vinte e nove anos sendo eu… ou melhor, me tornando eu.

Ser LGBTQIAPN+ é, desde cedo, aprender que o mundo vai tentar nos moldar, nos podar, nos reduzir a silêncio.
Mas eu não me calei.
Mesmo quando chorei sozinha, mesmo quando o amor doeu mais do que curou,
mesmo quando achei que não ia dar conta.

A cada desilusão, a cada rejeição,
eu fui entendendo que não era sobre ser amada por todos —
era sobre me amar o suficiente pra não me perder tentando caber.

Hoje, aos 29, olho pra trás e vejo as cicatrizes.
Mas, pela primeira vez, elas não me lembram dor.
Me lembram sobrevivência.
Cada pedaço que eu reconstruí com as próprias mãos,
cada pessoa que eu precisei deixar ir,
cada versão de mim que eu precisei despedir pra continuar crescendo.

O que antes parecia perda, hoje eu entendo como espaço pra florescer.

Aos 29, eu não sou mais quem tentava provar valor pra ser escolhida.
Sou quem se escolhe todos os dias.
Sou quem entende que vulnerabilidade não é fraqueza, é coragem.
E que amar, mesmo depois das dores, é um ato político, um ato de fé.

A vida não me deu um roteiro fácil, mas me deu coragem de reescrever o meu.
E se o passado me feriu, o presente me cura.
Aos 29, eu não quero mais ser perfeita... quero ser verdadeira.

Porque ser LGBTQIAPN+ nunca foi sobre se encaixar.
Foi e sempre será sobre existir com orgulho,
mesmo quando o mundo tenta apagar nossas cores.

E eu?
Eu sigo colorindo.
Mais forte.
Mais inteira.
Mais pronta do que nunca pro que vem depois dos 29. 🌈💫