O Zero japonês dominava os céus — até um acidente revelar todos os seus segredos

Um segredo de guerra, tão devastador que sua descoberta mudaria o rumo de todo um conflito. Em um dia nublado e perdido, a bordo de um avião de patrulha, o impensável aconteceu.

Era a manhã de dez de julho de mil novecentos e quarenta e dois. O mecânico Albert Knack, apertando o rosto contra a janela fria de seu hidroavião PBY Catalina, observava o nevoeiro engolir as montanhas áridas da Ilha Akutan, nas Aleutas. O piloto, Tenente William Thees, estava perdido havia uma hora, voando às cegas em um clima tão traiçoeiro que nem as pontas das asas podiam ser vistas. A patrulha, que deveria ser perto do Porto Holandês, havia se desviado drasticamente.

O desespero começava a tomar conta. Até que, por uma fresta fugaz nas nuvens, Knack avistou as Ilhas Shumagin. Um alívio momentâneo que permitiu traçar uma rota direta de volta à base, cortando o caminho sobre Akutan. Foi nesse instante, nesse corte inesperado, que os olhos de Knack se fixaram em algo que desafiava a lógica.

Lá embaixo, em um vale gramado a oitocentos metros da costa, uma forma escura se destacava. Um avião. De cabeça para baixo, com a cauda apontando para o céu. As marcações japonesas, inconfundíveis, brilhavam mesmo daquela altura. Era um caça Zero. Intacto. O temido Zero, o mesmo avião que vinha dizimando pilotos americanos na proporção de doze para um nos últimos seis meses.

A tripulação circulou duas vezes, o coração batendo forte, para confirmar o que viam. O Zero parecia quase perfeito, sem danos graves, apenas ali, parado na grama do pântano, à espera. Marcaram a posição no mapa e, com a mente ainda processando a visão, seguiram para o Porto Holandês.

Eles ainda não sabiam, mas o que acabavam de encontrar era o prêmio de inteligência mais valioso de toda a Guerra do Pacífico. Uma peça chave, capaz de desvendar cada segredo que o Japão usava para dominar os céus desde Pearl Harbor.

Mas retirar aquela máquina da Ilha Akutan e colocá-la em mãos americanas não seria tarefa fácil. Exigiria três tentativas de recuperação, dois meses de trabalho árduo e um nível de sigilo que, nos próximos dois anos, decidiria quem viveria e quem morreria em cada combate aéreo. A história estava prestes a ser reescrita. Mas, para entender o verdadeiro significado dessa descoberta, precisamos primeiro mergulhar no terror que o Zero havia espalhado até então.