Parque Caminhos do Mar: A Estrada Velha de Santos com suas histórias e paisagens exuberantes

Conheça o Parque Caminhos do Mar, que é a área onde está a famosa Estrada Velha de Santos e suas curvas, eternizadas na canção de Roberto Carlos.

A estrada está fechada ao trânsito de veículos des de 1.985, e em 2.004 foi transformada em parque.

O local, além de possuir uma beleza incrível, as vistas e paisagens aqui são simplesmente maravilhosas, abriga um precioso patrimônio cultural que permeia mais de 200 anos da história do desenvolvimento do Estado de São Paulo e do Brasil.

A história deste local tem início no final do século 17, com a construção da Calçada do Lorena, que foi a primeira ligação pavimentada entre São Paulo e o litoral paulista, diminuindo o tempo de viagem, que era de 4 dias no antigo caminho do Anchieta, para 2, se tornando a principal ligação do planalto com o Porto de Santos.

Seu nome faz alusão ao então governador, Bernardo de Lorena, e é considerada uma das maiores obras de engenharia do período colonial. Além dos 800 metros de desnível aqui do planalto para a baixada, a densa floresta e o terreno acidentado exigiu de seus construtores a adoção de técnicas ainda inéditas no país.

Era por aqui, em cima do lombo de burros, que passava toda a importação e exportação do estado de São Paulo.

Foi por aqui também, que em 7 setembro de 1822, Dom Pedro I passou, rumo a São Paulo, onde proclamaria a independência do Brasil.

50 anos após a construção da Calçada do Lorena, já se sentia a necessidade da ampliação da capacidade de transporte entre São Paulo e Santos. Desta forma, em 1.864, paralela a antiga calçada, é construída a Estrada da Maioridade, cujo nome homenageia Dom Pedro II.

Em 1.867 ela sofre melhorias para acomodar o trânsito de carros de boi e tem seu nome alterado para Estrada do Vergueiro. Em 1.920 ela é pavimentada em concreto para poder receber os recém chegados automóveis, quando muda novamente seu nome para Rodovia Caminhos do Mar, nome esse que permanece até hoje.

Por ocasião das comemorações do centenário de Independência do Brasil em 1.922, afinal, Dom Pedro havia passado por aqui para proclamar a independência, sete monumentos foram construídos ao longo da estrada.


Pouso De Paranapiacaba

Fica bem no alto da serra antes de começar as grandes curvas, mas já na descida da serra. Era usada como parada para os carros descansarem após a subida ou se prepararem para a descida.
Contava inclusive com uma bica para fornecer água para os radiadores dos carros, que eram a última palavra em tecnologia.



Usina Henry Borden

Inaugurada em 1.926, é uma usina do tipo "alta-queda". A água despenca por 720 metros dentro destes tubos. No caminho vai acumulando energia cinética e chega lá embaixo a mais de 400km/h, quando é utilizada, então, para girar as turbinas e produzir eletricidade.

Ali em cima a gente pode ver o sistema de válvulas, que controlam a vazão da água encosta abaixo, e um mirante.

Ate a década de 50 saia daqui a maior parte da energia elétrica consumida na cidade de São Paulo.


Belvedere Circular

Marca o primeiro encontro da Calçada do Lorena com a estrada.
A Calçada do Lorena normalmente é usada a partir deste ponto em excursões para o polo ecoturístico, que se faz a pé, sendo que os turistas entram pela calçada neste ponto e saem no próximo encontro com a estrada.

Rancho da Maioridade

Edifício-monumento feito para servir de descanso aos turistas, assim como o Pouso Paranapiacaba, ganhou esta nome em homenagem à Estrada da Maioridade.
Neste ponto, também havia uma bica para pôr água nos radiadores e para as pessoas beberem. Inicialmente abrigava uma garagem, oficina para consertos de automóveis e acomodação para eventual pernoite.

Padrão do Lorena

Marca o segundo encontro entre a Calçada do Lorena e o Caminho do Mar. Relaciona-se com o tráfego de mulas pela Calçada do Lorena, em grande parte para escoamento da produção de açúcar do interior paulista. Ponto médio do traçado da Calçada do Lorena na Serra do Mar, contém as placas de inauguração dessa estrada em homenagem a Lorena, redescobertas pelo próprio Washington Luís. O trecho em frente a esse monumento foi preservado com o antigo pavimento em macadame.

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