Reordenamento geopolítico: a nova estratégia dos EUA e seus impactos no Brasil
Автор: O Dizimista
Загружено: 2025-12-06
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Reordenamento geopolítico: a nova estratégia dos EUA e seus impactos no Brasil
Em 5 de dezembro de 2025, o governo dos United States divulgou sua nova National Security Strategy (NSS) — o primeiro grande plano estratégico desde seu retorno ao poder — apontando uma guinada clara: o país passará a priorizar a América Latina e o Caribe como eixo central de sua política externa.
No documento, os EUA afirmam que vão “reajustar nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos.”
A retomada da Doutrina Monroe — ou seu “Corolário Trump”
Um dos pilares da estratégia é o que o documento chama de Trump Corollary à Doutrina Monroe, isto é: a reafirmação da supremacia dos EUA nas Américas.
Segundo o texto, os EUA prometem “negar a competidores de fora do Hemisfério a capacidade de posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou de possuir ou controlar ativos estrategicamente vitais em nosso Hemisfério.”
Para analistas da região, esse é um recado direto à presença crescente da China na América Latina — inclusive no Brasil.
Foco em segurança, migração e narcotráfico — com “força total”
A nova NSS prioriza três frentes principais para a região:
Reforço da presença da Marinha e da Guarda Costeira dos EUA para controlar rotas marítimas, bloquear imigração ilegal, tráfico de pessoas e drogas.
“Destacamentos direcionados” para proteger fronteiras e derrotar cartéis — com, se necessário, o uso de força letal, abandonando a estratégia de depender apenas da aplicação da lei.
A ampliação do acesso dos EUA a “locais de importância estratégica” na região, inclusive para conter influência estrangeira e garantir domínio dos EUA sobre infraestruturas críticas.
Essas medidas já se fazem sentir: há relatos de mobilizações navais e incursões no Caribe, o que analistas interpretam como parte do reposicionamento militar.
Um recado para o Brasil — e um alerta à China
Para o Brasil, que mantém com a China uma robusta relação comercial e de investimentos, a nova estratégia dos EUA representa uma pressão clara. A ênfase do governo americano é enfraquecer a presença de potências “extra-hemisféricas” (como a China) nas Américas, priorizando parcerias com governos latino-americanos dispostos a se alinhar a Washington.
Como resume o professor de relações internacionais Alexandre Pires (Ibmec São Paulo): trata-se de “uma resposta à crescente influência econômica de Pequim na região.”
Em prática, isso significa: acordos de infraestrutura ou comércio entre Brasil (ou outros países da América Latina) e a China podem ser vistos com desconfiança — especialmente se envolverem ativos estratégicos, portos, recursos naturais ou rotas de transporte marítimo. Os EUA deixaram claro que pretendem condicionar apoio diplomático e militar à redução da “influência externa adversária”.
Impactos potenciais para soberania e autonomia regional
Especialistas advertem que essa postura pode minar a autonomia dos Estados latino-americanos na hora de definir com quem querem se relacionar. Nas palavras de Pires: “se um acordo do Peru ou do Chile com a China para fornecimento de minerais afetar os interesses dos norte-americanos, o país deveria negociar com os Estados Unidos também. Caso contrário, os EUA fariam algum tipo de interferência, com tarifas, alguma coisa geopolítica, geoeconômica e, no limite, militar.”
Em suma: governos latino-americanos — inclusive o Brasil — terão de balancear cuidadosamente soberania, interesses econômicos e as pressões da nova ordem imposta por Washington.
O declínio do papel global dos EUA e o novo foco regional
Mesmo com esse recuo global, o governo Trump não abdica de manter presença militar onde julgar vital — e a América Latina está no topo dessa nova hierarquia. Mais de 10 mil soldados teriam sido deslocados para o Caribe, acompanhados de porta-aviões, navios de guerra e caças, segundo reportagens recentes.
Conclusão: o Brasil entre pressões e escolhas estratégicas
A nova estratégia dos EUA sob Trump representa, muito mais do que um reposicionamento militar ou de segurança — uma reconfiguração geopolítica global. Para o Brasil, isso significa enfrentar uma escolha estratégica delicada: aderir à esfera de influência americana e possivelmente sacrificar parte da liberdade de negociação com potências como a China; ou buscar um caminho de autonomia, tentando equilibrar interesses com múltiplos parceiros internacionais.
A decisão terá consequências profundas não apenas para comércio e economia, mas para a própria noção de soberania e independência nas relações internacionais da América Latina.
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