Francisco Mignone - Lenda sertaneja No.1 (Francisco Mignone, piano)
Автор: Instituto Piano Brasileiro - IPB
Загружено: 2025-12-03
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Lenda sertaneja No.1, de Francisco Mignone, interpretada pelo compositor.
Gravação presente no LP "Mignone interpretando Mignone" (Philips 6598 311), lançado em 1978.
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Francisco Mignone nasceu em São Paulo, em 1897, filho do flautista italiano Alferio Mignone. Desde a infância, viveu intensamente a prática musical, tendo iniciado os estudos de flauta com o pai e de piano com Sílvio Motto. Ainda adolescente, atuava em diferentes agrupamentos e escrevia suas primeiras composições, que assinava com o pseudônimo Chico Bororó. Sob esse nome, criou canções e danças que circulavam em contextos urbanos e domésticos, antes de assumir publicamente uma escrita mais voltada à elaboração estrutural com assinatura própria. Formado em flauta, piano e composição pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Mignone estreou como compositor, pianista e regente em 1918, no Teatro Municipal de São Paulo, o que lhe garantiu uma bolsa para aperfeiçoamento na Itália, onde estudou com Vincenzo Ferroni e compôs sua primeira ópera, O contratador de diamantes.
Durante o período europeu, Mignone desenvolveu obras como Momus e Festa dionisíaca, voltadas a estruturas sinfônicas densas e à experimentação timbrística. Também iniciou, na década de 1920, uma escrita mais voltada a temas brasileiros, como se observa na peça sinfônica Maxixe, ainda que tenha composto, paralelamente, obras como a Suíte asturiana, fruto de sua vivência na Espanha. Ao regressar ao Brasil em 1929, passou a lecionar no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e se reaproximou de Mario de Andrade, cujo pensamento influenciou decisivamente a direção que sua obra viria a tomar. A partir daí, sua escrita passou a integrar com maior ênfase elementos rítmicos, melódicos e formais associados a práticas musicais brasileiras, como se observa na Primeira fantasia brasileira para piano e orquestra.
Nos anos 1930 e 1940, Mignone compôs peças como Maracatu de Chico-Rei, Batucajé, Babaloxá e Leilão, que combinam escrita elaborada com materiais de diferentes origens culturais. Foi também professor de regência no Rio de Janeiro, cargo que exerceu até a aposentadoria em 1967. Como regente, apresentou suas obras em diversos países, incluindo Alemanha, Itália e Estados Unidos. Nessa fase, sua produção incluiu ainda peças para piano solo, música de câmara e um extenso conjunto de canções, com textos em português, espanhol, francês e italiano.
A partir da década de 1960, explorou novos procedimentos composicionais, adotando temporariamente uma escrita atonal, sem abandonar sua produção em gêneros já frequentes em sua obra. As décadas seguintes foram marcadas pela retomada de estruturas tonais e pela criação de óperas como O Chalaça e O sargento de milícias, além de bailados como Quincas berro d’água e O caçador de esmeraldas. Mignone também escreveu obras sacras, trilhas para cinema e peças voltadas a formações variadas, mantendo um diálogo constante com diferentes linguagens musicais.
Até os anos 1980, Francisco Mignone seguiu ativo como compositor e pianista. Seu legado abrange obras para voz, instrumentos solo, conjuntos camerísticos, dois pianos, orquestras e cena, com destaque para ciclos como as 12 Valsas de esquina, 12 Valsas-choro, 24 Valsas brasileiras e os 17 Choros para piano. Parte considerável de sua obra foi organizada por sua esposa, a pianista Maria Josephina Mignone, e posteriormente catalogada novamente por Flávio Silva, revelando a diversidade de sua produção. Em 1997, seu centenário foi marcado por lançamentos fonográficos e homenagens que reafirmaram sua posição central na história musical brasileira do século XX.
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Edição das imagens e do vídeo: Douglas Passoni de Oliveira
Curadoria e revisão: Alexandre Dias
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