Franz Liszt - Hungarian Rhapsody Nº 5 in E minor, S. 244

A "Rapsódia Húngara No. 5 em Mi Menor" (S. 244/5), de Franz Liszt, é uma obra para piano solo que se destaca no conjunto das suas 19 rapsódias por um carácter singularmente sombrio e melancólico. Concluída em 1847 e publicada em 1853, Liszt apelidou-a de Héroïde-élégiaque (Heroico-elegíaca), um título que encapsula a dualidade emotiva da peça. Ao contrário de muitas das suas rapsódias irmãs, que frequentemente culminam numa friska (dança rápida) vibrante, a Quinta Rapsódia subverte essa expectativa, mantendo um tom de lamento do início ao fim.
A peça é notável pela ausência da estrutura típica lassan (introdução lenta) e friska que caracteriza o "estilo húngaro" de Liszt. Em vez disso, ela é inteiramente Lento, con duolo (lenta, com dor), explorando temas de heroísmo sombrio e elegia profunda. A estrutura baseia-se em dois temas contrastantes: um tema "heroico" em mi menor e um tema "elegíaco" em mi maior, que se entrelaçam numa narrativa de perda e resiliência. Embora menos exigente tecnicamente do que as rapsódias mais famosas, como a Segunda ou a Sexta, a Quinta Rapsódia é exigente em termos de interpretação, requerendo um pianista capaz de transmitir a profundidade emocional do "estilo húngaro" sem o brilho virtuosístico habitual.
Liszt orquestrou posteriormente esta obra, em colaboração com Franz Doppler, expandindo a sua paleta sonora. A "Rapsódia Húngara No. 5" permanece como um testemunho da capacidade de Liszt em evocar as paisagens sonoras e as emoções do folclore húngaro, oferecendo uma meditação poderosa e invulgarmente contida sobre o luto e a memória. É uma peça que revela um lado mais introspectivo do compositor, distinto do virtuosismo extrovertido pelo qual é mais conhecido.