Forrest Gump (1994) - 35 fatos estranhos que você não sabia

Forrest Gump (1994) - 35 fatos estranhos que você não sabia
À primeira vista, ele é apenas um rapaz de coração puro correndo através da história com seus tênis Nike velhos, falando sobre a vida, barcos de camarão e caixas de chocolates. Mas não se deixe enganar pela inocência aparente de Forrest Gump. Por trás daquelas vibrações reconfortantes que o filme transmite, esconde-se um bastidor repleto de caos, processos judiciais esquecidos, ilusões digitais e dramas familiares reais. "Forrest Gump" é aquele tipo de obra que, quanto mais você escava, mais profunda e estranha a história se torna. O que realmente aconteceu quando as câmeras desligaram? Quem quase roubou o lugar de Tom Hanks? E como uma simples caneta causou um colapso de seis meses na produção? É melhor você se sentar, porque a realidade aqui é muito mais estranha do que a ficção.

Para começar, o livro que deu origem a tudo era infinitamente mais selvagem do que o filme que amamos. No romance original de 1986, escrito por Winston Groom, Forrest não era apenas o homem simples que conhecemos; ele era uma figura muito mais excêntrica e absurda. Nas páginas do livro, nosso herói se tornava um prodígio do xadrez, jogava futebol profissional, tornava-se um lutador de luta livre, viajava para o espaço sideral e, acredite se quiser, chegava a se juntar a uma tribo de canibais. Foi o roteirista Eric Roth quem teve a sensibilidade de simplificar drasticamente essa trama louca. Ele decidiu focar nos arcos emocionais, trocando as aventuras bizarras pelo coração humano. Como disse o diretor Robert Zemeckis: "Trocamos os elementos", colocando a dolorosa e bela história de amor com Jenny como o eixo central de tudo. O resultado foi um personagem mais realista, poético e universalmente empático.

Mas Hollywood, com sua teimosia habitual, quase jogou essa joia no lixo. O caminho até a tela foi pavimentado com rejeições amargas. A Warner Bros, inicialmente envolvida, abandonou o barco, temendo que o público já estivesse cansado de histórias sobre "sábios inocentes" após o sucesso de Rain Man. A Columbia Pictures também passou a vez logo depois. A Paramount só aceitou o projeto após uma troca comercial complexa pelo filme Executive Decision. E não parou por aí: diretores de peso como Ivan Reitman e Terry Gilliam disseram "não". Foi preciso a visão de Robert Zemeckis para abraçar o filme, reconhecendo que aquela estrutura estranha não era uma fraqueza, mas sim a maior força da obra.

E se é difícil imaginar o filme sem Zemeckis, é quase impossível imaginá-lo sem Tom Hanks. Mas a verdade nua e crua é que Hanks estava longe de ser a primeira opção. A lista de atores cotados é de cair o queixo. John Travolta admitiu ter recusado o papel, algo que ele depois confessou ter sido um erro gigantesco. Bill Murray e Chevy Chase também disseram não. Até Sean Penn foi considerado. O próprio autor do livro imaginava o corpulento John Goodman como Forrest. Mas o destino agiu corretamente. Tom Hanks leu o roteiro em apenas 90 minutos e se apaixonou perdidamente. Ele acreditou tanto no projeto que aceitou trabalhar por uma porcentagem dos lucros em vez de um salário fixo — uma aposta de risco que acabou lhe rendendo mais de 40 milhões de dólares quando o filme estourou nas bilheterias.

Uma vez no papel, Hanks teve que criar a alma de Forrest, começando pela voz. Originalmente, ele planejava apenas suavizar seu sotaque sulista natural. Tudo mudou quando Michael Conner Humphreys, o menino escolhido para interpretar o jovem Forrest, chegou ao set falando com um sotaque carregado e único do Mississippi. Em vez de pedir para a criança mudar, Hanks tomou uma decisão audaciosa e cheia de respeito: ele decidiu imitar os padrões de fala do menino. Essa escolha humilde criou a voz icônica que o mundo inteiro reconhece e imita décadas depois.

A dedicação de Hanks foi imensa, mas ele não estava sozinho nessa maratona — literalmente. Você sabia que nem todas as cenas de corrida foram feitas por ele? Nos planos abertos, onde vemos Forrest correndo distâncias épicas, quem estava lá muitas vezes era Jim Hanks, seu irmão mais novo. Tom tinha outros dublês, mas nenhum conseguia copiar o jeito desengonçado de correr dos Hanks. "Isso é uma bobagem típica dos Hanks", brincou Jim. Compartilhando a mesma genética e estrutura física, com um pouco de magia dos figurinos e ângulos de câmera estratégicos, o irmão mais novo interpretou perfeitamente a lendária corrida de costa a costa.

E falando em magia, alguns dos momentos mais puros do filme nasceram do acaso. Lembra quando Forrest conhece Bubba e diz: "Meu nome é Forrest Gump. As pessoas me chamam de Forrest Gump"? Essa linha icônica não estava no roteiro. Foi um improviso total de Hanks no calor do momento. O diretor adorou a sinceridade desajeitada daquela frase; soava real, soava como algo que aquele homem realmente diria. Hoje, é uma das citações mais encantadoras da história do cinema.