Encontro com o cinema desde à infância, com Tata Amaral

“Na minha adolescência eu virei cinéfila mesmo, eu via tudo que tinha em cartaz na cidade de São Paulo. Preciso lembrar que não existia a internet, não existia nem videocassete na minha adolescência.”

Desde seu surgimento, o cinema arrebata gerações, mas cada época tem suas especificidades. Ao falar sobre os primeiros contatos com o cinema durante a infância e adolescência, a cineasta Tata Amaral relembra das salas comerciais localizadas nos centros das cidades, dos cineclubes, e do encantamento em torno da reunião de amigos e familiares para acompanhar uma história dentro de uma sala escura.

Os cineclubes e as salas comerciais foram fechando ao longo dos anos, enquanto salas hipermodernas começaram a ocupar os shoppings do país. Essas transformações influenciaram o cinema nacional, bem como a produção das mulheres cineastas.

Tata Amaral falou ao Mulheres de Luta sobre a influência que filmes como Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina; Gaijin, Os Caminhos da Liberdade (1980), de Tizuka Yamazaki e A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral, exerceram em sua carreira. Na época, a cineasta já estava convencida que iria trilhar o caminho do cinema. Conciliando estudos com trabalho, Tata passou pelos anos 80 sendo inspirada também por documentaristas brasileiras como, Inês Castilho, Maria Rita Kehl, Sandra Werneck e Lúcia Murat.

A trajetória inspiradora de mulheres brasileiras no cinema levou Tata Amaral a realizar a série As protagonistas (2019), que conta a história do audiovisual no Brasil a partir da contribuição das cineastas mulheres do início do cinema brasileiro até os dias de hoje.

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