COMO SE FORMAM DEPÓSITOS DE CROMITA ESTRATIFORME - Metalogênese

Hoje vamos falar de cromita estratiforme.

No nosso vídeo de cristalização fracionada e depósitos minerais, mostramos como esse importante processo ígneo consegue formar uma concentração importante de elementos incompatíveis a partir da evolução do magma na crosta.

Hoje vamos associar esse processo às primeiras fases cristalizadas. Um magma muito evoluído, como dissemos, tende a ficar enriquecido em elementos incompatíveis, em contrapartida, as cristalizações mais profundas apresenta maiores concentrações de elementos compatíveis. Devido a isso, depósitos minerais desses elementos, como cromo e ferro-titânio-vanádio, se apresentam associados a rochas ultabásicas a básicas.

Esse é o primeiro fator que favorece a formação dos depósitos de cromita estratiforme, a cristalização fracionada favorece a cristalização deste mineral associado com minerais de alta temperatura como olivina e piroxênios, devido a esse comportamento compatível do elemento.

No entanto, a sua cristalização é favorecida principalmente por outros processos ígneos, a mistura de magmas ou a contaminação crustal. Ambos agem com uma contribuição semelhante, enriquecendo o líquido magmático em SiO2 e acelerando a capacidade de cristalização da cromita. Esse comportamento é facilmente visível no diagrama de fases de 3 componentes da olivina, quartzo e cromita. Numa cristalização fracionada comum, um magma inicia cristalizando olivina, com isso há um enriquecimento nos outros componentes e a composição do líquido tende à linha cotética da existência da cromita em concomitância com a olivina, onde então passaria a consumir também o componente de cromo e se direciona ao ponto peritético de cristalização do ortopiroxênio, enriquecendo o magma em sílica. Até cristalizar também este mineral.

O que acontece num sistema em que há um enriquecimento em sílica devido à uma contaminação crustal é que o magma inicia cristalizando olivina normalmente, fraciona e atinge a linha cotética com a cromita, neste momento essa rocha com mistura dos 2 minerais será considerada um minério disseminado, o qual não é economicamente viável para virar uma mina. É então que o enriquecimento de sílica modifica a composição do líquido e o sistema entra inteiramente no campo de cristalização apenas da cromita e cristaliza uma camada de cromita maciça, chamada de minério lump nas mineradoras. Então o sistema tende novamente à linha cotética com cristalização novamente da olivina e posteriormente em direção ao peritético de cristalização do opx.
A mistura de magmas funciona de modo semelhante, a diferença é que o enriquecimento em sílica é menos relevante porque os magmas que se misturam são ambos básicos, então não há uma contribuição muito expressiva de entrada de sílica no sistema de cristalização da cromita.

Devido a esses processos que temos a formação da cromita estratiforme, que ganha esse nome exatamente por se apresentar de forma estratificada, apresentando variações de camadas horizontais de cromita e rochas básicas e ultrabásicas.

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