Constelação familiar funciona na Justiça? A resposta é NÃO! | Christian Dunker | Falando nIsso

O perigo da constelação familiar na Justiça | Christian Dunker | Falando nIsso

No episódio de hoje de Falando nIsso, Christian Dunker responde a perguntas sobre constelação familiar, seu criador Bert Hellinger e, principalmente, o uso dessa técnica no sistema de Justiça brasileiro e em práticas institucionais como o SUS.

Ele revisita a proposta original de Hellinger e mostra como, no Brasil, a constelação se transformou em “prática integrativa” aplicada em varas de família, disputas de guarda, alienação parental e mediação de conflitos — muitas vezes sem base legal, sem validação científica e sem reconhecimento dos conselhos profissionais. A isso se soma a infiltração religiosa (mediunidade, comunicação com antepassados, leituras espirituais), incompatível com laudos e perícias.

Dunker discute ainda a assimetria de poder no Judiciário: pais com mais recursos usam constelações e laudos como armas discursivas, reforçando preconceitos de gênero e modelos normativos de família. A crítica se amplia para a indústria dos laudos: diagnósticos apressados de TDAH, TEA e outros transtornos, rótulos como “narcisista”, “alienador” e decisões baseadas em checklists, alimentando medicalizações crônicas e disputas judiciais injustas.

Contra soluções oraculares e técnicas sugestionáveis, ele defende três princípios: laicidade, escuta caso a caso e responsabilidade decisional. No final, o recado é direto: constelação familiar não deve orientar decisões judiciais. Em vez de atalhos, é preciso ouvir os envolvidos, sustentar a controvérsia e evitar que laudos e técnicas psicológicas sejam usados como instrumentos de violência simbólica.

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