Vida Lenta no Campo/ Olhe Sempre o Lado Bom

Tem dias que tudo parece meio nublado, né? A gente acorda com o coração apertado, as tarefas se acumulam, as respostas não vêm… e o mundo lá fora parece girar rápido demais. Mas, mesmo nesses dias, eu insisto em procurar o lado bom. Não é fingir que tá tudo bem — porque às vezes não tá — mas é escolher onde eu vou repousar o olhar.

Tem flor nascendo entre pedras, tem sol espiando por entre nuvens, tem abraço quente no fim de um dia difícil. E se eu focar nisso, se eu deixar meu coração ser grato pelo simples, eu vou seguir mais leve. Porque a luta existe, sim, mas ela não precisa roubar minha esperança.

Escolher ver o lado bom não é ser alienada, é ser corajosa. É continuar acreditando que, mesmo quando tudo parece escuro, tem luz — e às vezes ela vem de dentro da gente.

Tem dias em que eu preciso lembrar a mim mesma que tudo tem um tempo. Que nem sempre a colheita vem no mesmo dia da semente. E que às vezes, o que parece silêncio de Deus é só cuidado em silêncio — preparando o terreno, regando por dentro, sem que eu perceba.

Eu olho pra trás e vejo quantas vezes eu pensei que não daria conta… e olha só: eu tô aqui. E não tô só. Tem amor me cercando, mesmo quando o mundo tenta me endurecer. Tem beleza nas pequenas coisas: no cheiro do café, no vento mexendo as folhas, no barulhinho do riso da Serena.

É nesses detalhes que eu encontro força. Porque, no fim das contas, não é sobre ter tudo resolvido, mas sobre caminhar com fé mesmo quando o caminho é estreito. E confiar que as mãos que me sustentam são maiores que qualquer tempestade.

Então, mesmo em meio à luta, eu sigo… com o coração aberto, os olhos atentos, e a alma firme na esperança. Porque sempre — sempre — vai existir um lado bom pra olhar. E é nele que eu escolho morar.