Em memória do Papa Francisco Congregações e redes de cuidado com a Amazônia plantam árvores

O plantio de árvores e sementes realizado pela Vida Consagrada do Brasil e por diversos grupos eclesiais, no dia 26 de abril, data do sepultamento do Papa Francisco, representa um gesto simbólico profundamente conectado ao legado de sua mensagem ecológica. O Papa Francisco faleceu no dia 21 de abril, e no dia de seu sepultamento, atendendo à recomendação de diversas organizações sociais e eclesiais brasileiras, foi realizado o plantio de uma árvore, símbolo de esperança, vida e cuidado com a criação. Este ato, simples e profundo, expressa o compromisso com a mensagem do Pontífice, especialmente no que diz respeito à ecologia integral e à fraternidade universal.

A ação também reafirma o empenho das congregações religiosas em seguir os apelos da Igreja no cuidado com a Casa Comum e na construção de um mundo mais justo e solidário, conforme expresso na encíclica Laudato Si’ (2015). Nesse documento, o Papa Francisco nos convoca a refletir sobre o estado degradante do planeta e a ouvir "o grito da terra e o grito dos pobres" (LS §49).

O plantio de árvores, como ato ecológico concreto, reflete o compromisso de purificar o ar, proteger o solo e promover a regeneração da natureza, alinhando-se com a visão de fraternidade universal, que propõe uma relação de cuidado e solidariedade com o meio ambiente e com as populações mais vulneráveis.

Desde 2015, o Papa tem enfatizado, por meio de suas mensagens para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, a importância de uma "ecologia integral", onde o cuidado da natureza é visto como extensão do cuidado com o próximo, especialmente com as comunidades indígenas, que são reconhecidas como guardiãs das florestas (2020). O plantio de árvores por missionários de diferentes estados brasileiros reflete essa visão intercultural e comunitária, reconhecendo a interconexão entre todos os seres vivos e o meio ambiente.

Ao plantar árvores de diversas espécies, as congregações não apenas homenageiam o Papa Francisco, mas também traduzem em gesto profético toda a sua mensagem ecológica. Que cada nova folha brotando seja um lembrete da urgência da conversão ecológica proposta pelo Papa, um convite a cultivar, em comunidade, a esperança de um mundo mais justo, fraterno e sustentável.

Inspirados pela espiritualidade da ecologia integral e pela sabedoria dos povos amazônicos, este gesto coletivo perpetuará o legado de um Papa que nos ensinou a ouvir o clamor da terra e dos povos. Ao plantar, a Vida Religiosa renova seu compromisso de construir uma Igreja que protege a vida em todas as suas formas, semeia esperança nas periferias e celebra a beleza da criação. Que cada árvore seja, para as gerações futuras, sinal de que, mesmo diante da morte, a vida continua a florescer.