ENGENHO CACHOEIRA, RIBEIRÃO - PE.

Engenho Cachoeira
Turismo rural (81) 9. 9966-2525
Instagram @engenhocachoeira

Localizado na zona da mata sul pernambucana o Engenho Cachoeira situa-se nos limites geográficos entre Gameleira e Ribeirão, as margens do rio Sirinhaém, cultivava a monocultura da cana-de-açúcar. O engenho pertencia a Ismael Batista Ribas que vendeu a José Lopes de Siqueira Santos, proprietário da Usina Estreliana, depois foi arrendado a Álvaro Carneiro Leão. Na década de 1980 o casal Paulo Carneiro Leão e sua esposa Riselda Carneiro Leão tornam-se proprietário do referido engenho. Sobre a administração Paulo o engenho passou da produção de 5 mil toneladas de cana para 25 mil toneladas de cana.
Com o declínio da indústria açucareira na região, diversas usinas produtoras de açúcar e álcool foram a falência, fazendo necessário a diversificação das atividades econômicas do engenho. Assim sendo, Paulo Carneiro Leão empreendeu-se na produção de lacticínios de leite de búfala e destoando do senso comum, Riselda Leão, resolveu cultivar flores tropicais chegando a exportar para Europa. As plantas tropicais mudaram o meio-ambiente do engenho, antes dominado por canas. Outra atividade de suma importante é o turismo rural, atividade econômica em ascensão no Estado de Pernambuco.
A casa-grande do Engenho Cachoeira é aconchegante e modesta datada de 1956, típica construção que aspira uma vida bucólica. Tem características básicas de um único pavimento, planta retangular em U, cobertura de madeira e recobrimento com telhas de barro cobrindo o corpo principal separado do telhado do alpendre. Este sustentado por pilares feitos de tijolos. A casa-grande faz lembrar a formosa música do final da década de 1970: Casinha branca cujo refrão diz: “eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde prá plantar e prá colher, ter uma casinha branca de varanda um quintal e uma janela para ver o sol nascer”. O termo casa grande, segundo Geraldo Gomes, em seu livro Engenho e Arquitetura dos engenhos, foi encontrado pela primeira vez no inventário de 1654 que se referiam aos prédios que os holandeses construíram ou repararam. Todavia este termo casa-grande foi imortalizado na obra de Gilberto Freyre: Casa-Grande e Senzala que passou a designado toda casa dos proprietários de engenho de açúcar do nordeste brasileiro.
O sentimento de pertencimento não se limita à propriedade rural, mais a todos os moradores e ex-moradores de engenho. No livro: Memórias de um Senhor de Engenho, Júlio Belo descreve este sentimento comum a muitos proprietários de antigos de engenhos e moradores:
“Neste engenho Queimadas fui batizado agonizante. Minha saúde de criança foi muito precária. Tudo me fazia mal quando pequeno. Dizem que de uma feita minha mãe fechou rapidamente uma mala tendo-me nos braços. O ar que se deslocou com a operação de fechá-la, só isto, deu-me um resfriado que me pôs às portas da morte. Neste engenho, dentro da velha casa onde escrevo estas "Memórias", a bem dizer nasci. Abriram-se-me aqui os olhos para as primeiras coisas da vida tão pequenino vim de Tentugal. Aqui me casei. Aqui morreu meu pai. Minha mãe saiu daqui quase morta para morrer em Barreiros. Tudo nesta casa secular me evoca uma lembrança do passado. A maior felicidade de minha vida é viver ainda nela e minha maior esperança é morrer sob o seu teto. Ela é desgraciosa, acachapada, sem nenhuma garridice na sua decrepitude, mas não tenho ânimo de modificá-la em nada. Reputaria um sacrilégio tocar-lhe as velhas paredes, as telhas limosas, o bizarro sistema de coberta.”
Visitar o Engenho Cachoeira é reviver uma pequena parte da história da zona da mata sul pernambucana é respirar o ar puro e o aroma que exalam das flores tropicais e contemplar o entardecer entre as palmeiras reais. Estar no Engenho Cachoeira eleva nosso espírito e acalma a alma, convida seus visitantes a praticar da contemplação.



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