Será o fim da empatia?

Será o fim da empatia?
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Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo seus sentimentos, emoções, dores e perspectivas, mesmo sem necessariamente compartilhá-los ou concordar com eles. Trata-se de um processo cognitivo e afetivo que envolve tanto a identificação com o estado emocional de outra pessoa quanto a habilidade de responder de forma sensível a essa experiência.

Ela pode ser dividida em dois aspectos principais:

Empatia cognitiva: é a capacidade de entender racionalmente o que o outro está sentindo ou pensando. Envolve perspectiva, interpretação e análise da situação do outro.

Empatia afetiva (ou emocional): é a capacidade de sentir o que o outro sente — de forma espelhada ou compartilhada emocionalmente. Essa forma está mais ligada à compaixão e à solidariedade.

Na psicologia, a empatia é vista como um componente fundamental das relações humanas saudáveis, pois favorece a comunicação, o cuidado mútuo e a cooperação. Michel Foucault, ao tratar do cuidado de si e das práticas éticas na relação com o outro, não usa o termo diretamente, mas suas reflexões sobre o "outro como espelho da subjetivação" apontam para a importância de reconhecer e acolher a alteridade — o que se aproxima do campo da empatia em termos filosófico-morais.

Já na educação, pensadores como Paulo Freire associam a empatia à prática do diálogo, essencial para a pedagogia libertadora. Freire via o ato de educar como um gesto ético de escuta, abertura e respeito à experiência do outro — um compromisso radical com a humanidade do educando.