Vídeo com acessibilidade: Bianca Santana no Festival

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A escritora e jornalista Bianca Santana lançou em Belo Horizonte seu romance de estreia, “Apolinária”, dentro da programação do Festival Sempre Um Papo. O evento aconteceu no dia 7 de outubro, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais. Depois do bate-papo, mediado pelo jornalista Afonso Borges, a autora seguiu para uma sessão de autógrafos. Além de Bianca Santana, o Festival Sempre Um Papo recebeu, no mês de outubro de 2025, os escritores Ruy Castro, Maria Ribeiro e Eugênio Bucci, também na Biblioteca Pública.

O Sempre Um Papo, criado em Belo Horizonte por Afonso Borges, completa, no ano que vem, 40 anos de atividade. O projeto realiza encontros entre importantes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros.

Sobre o livro “Apolinária”

Nesta sua estreia no gênero romance, Bianca Santana conta a história da personagem Apolinária — ou Polu, para os íntimos —, que deixou para trás um marido que nunca amou em Tabocas do Brejo Velho, no interior da Bahia, às margens do rio São Francisco, e foi para São Paulo, em 1946. Sozinha, Polu se estabeleceu na periferia da capital paulista e criou dois filhos, trabalhando como servente e empregada doméstica. Viu sua árvore crescer e dar frutos às custas de força e perseverança.

Ao longo da narrativa, as vozes da neta Bianca e da avó Polu se alternam. Enquanto a primeira tece, com maestria, memória familiar e pesquisa histórica, a segunda explora a fina linha que une a família, o dia a dia que sobrepassa o racismo e a ascensão social por meio do trabalho. A história aborda ainda marcos históricos como a Lei de Terras de 1850 — que privilegiou elites em detrimento de negros libertos e indígenas — e as romarias a Bom Jesus da Lapa — nascidas como agradecimento pelo fim da escravidão em 1888 —, num diálogo com o presente que remete à necessidade urgente de reparação do passado brasileiro.

O resultado é um livro que convida o leitor a se aprofundar nas nuances da identidade negra no Brasil, fazendo uma viagem de autoconhecimento e pertença. “Apolinária” apresenta uma jornada de descoberta de uma história particular que se assemelha com a de tantas famílias brasileiras. É a celebração de uma vida que, mesmo diante das intempéries, floresceu em dignidade e amor.

Bianca Santana é escritora, jornalista, doutora em ciência da informação e mestra em educação pela Universidade de São Paulo (USP). Autora de “Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro” (Companhia das Letras, 2021), “Arruda e guiné: resistência negra no Brasil contemporâneo” (Fósforo, 2022), “Quando me descobri negra” (Fósforo, 2023), e dos infantis “Diálogos feministas antirracistas (e nada fáceis) com as crianças” (Camaleão, 2022) e “Quem limpa?” (Companhia das Letrinhas, 2025).

Sempre Um Papo

Ao longo de sua trajetória, o Sempre Um Papo já aconteceu em 40 cidades brasileiras e promoveu mais de 8 mil eventos, que reuniram presencialmente um público superior a 3 milhões de pessoas. Atualmente, acontece regularmente, além de BH, em São Paulo, Brasília e Paracatu. Todas as conversas são gravadas e disponibilizadas no canal do YouTube do projeto, que conta com mais de 110 mil inscritos.

O Sempre Um Papo é patrocinado pela Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e conta com apoio do Itaú.