Nem tanta Saudade Assim

O documentário “Nem tanta saudade assim” é apresentado como trabalho de conclusão do curso de pós graduação em Gênero e Sexualidade em contextos clínicos e educativos, curso realizado no Instituto Parentes, com roteiro e direção de Alexandre Rocha Pires, aluno e concluinte do curso mencionado. A obra foi inspirada na leitura do texto “Trejeitos e Trajetos de gayzinhos afeminados, viadinhos e bichinhas pretas na educação!” escrito por de Megg Rayara Gomes de Oliveira.
Levando em consideração o espaço escolar e interações sociais das pessoas entrevistadas com outros estudantes e equipe pedagógica, assim como a cultura de funcionamento de suas respectivas escolas, recorrendo a (auto)biografias o documentário aborda por meio de entrevistas semiestruturadas as vivência escolares de três pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIAPN+, sendo elas uma pessoa negra não binária, um transmasculino negro e um homem cis, gay e branco.
Em Historia da sexualidade Foucault (2017) nos apresenta a ideia de que a subjetividade não se trata de algo nato, mas sim do resultado de práticas sociais, discursos, instituições e relações de poder que são vias que historicamente produzem subjetividade. Entendendo que instituições como a escola fazem parte desse processo a obra apresenta uma questão primeira: de que maneira as vivências escolares atravessam a formação de subjetividade de uma pessoa LGBTQIAPN+?
Com o objetivo de pensar em como os trajetos percorridos por uma pessoa LGBTQIAPN+ na escola influem de forma direta ou indireta na formação de subjetividade de pessoas LGBTQIAPN+, o documentário apresenta através das falas das pessoas entrevistadas uma parte de suas vivências que são singulares, mas que se encontram por meio de interseccionalidades que fogem dos padrões hegemônicos.