Os primeiros humanos a cruzar o mar aberto

Há 65.000 anos, quando o mundo conhecido terminava em um penhasco, um pequeno grupo de Homo sapiens realizou o impossível: lançou-se ao oceano aberto em balsas de bambu, guiados apenas pelas estrelas. Esta é a história baseada na mais antiga e audaciosa odisseia da humanidade — a descoberta de um continente. Uma jornada sobre coragem, perda e a prova de que nosso maior instinto sempre foi explorar o desconhecido.

A coragem deles vive em nós.

Esta narrativa é uma reconstrução criativa baseada em décadas de pesquisa científica. Os principais pilares que sustentam a história são:

Evidência Arqueológica (Madjedbebe): A data de 65.000 anos para a ocupação humana da Austrália é baseada nas descobertas do sítio arqueológico de Madjedbebe, na Terra de Arnhem. O estudo, liderado por Chris Clarkson et al. e publicado na revista Nature (2017), revelou ferramentas de pedra, machados e ocres utilizados para arte, estabelecendo um novo marco para a chegada humana em Sahul.

Genética e Migração: Estudos genômicos em larga escala de povos aborígenes australianos e papuanos confirmam uma única grande migração "Fora da África" e um longo período de isolamento genético após a chegada ao continente, reforçando a antiguidade e a singularidade desta jornada.

Paleogeografia (Sahul e Wallacea): A história considera o nível do mar mais baixo durante a Era do Gelo, que conectava Austrália e Nova Guiné no supercontinente "Sahul". A travessia exigiu múltiplas viagens marítimas de até 100 km através das ilhas da região de Wallacea, um feito notável de navegação pré-histórica.