Você É Mais Fariseu do Que Imagina? - Pr. José Carlos
Автор: Pr. José Carlos
Загружено: 2025-10-02
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Vivemos dias de muitas vozes, muitas opiniões e, por vezes, pouca compaixão. Em tempos de polarização ideológica e religiosa, somos levados a questionar: qual é o verdadeiro caminho da fé cristã? O que significa encontrar Jesus hoje? Entre tantos encontros marcantes com Jesus nas Escrituras, o de Saulo de Tarso — mais conhecido como Paulo — é um dos mais radicais, profundos e atuais. Sua história nos convida a refletir sobre o poder transformador do encontro com Cristo, especialmente quando ele confronta a religiosidade cega e abre os olhos para a graça.
Paulo era fariseu. E não qualquer fariseu — ele se intitulava "fariseu dos fariseus", profundamente comprometido com a lei mosaica, com as tradições rabínicas e com a pureza do judaísmo. Sua religiosidade não era superficial; era rigorosa, sincera e, ao mesmo tempo, cega. Ele conhecia os textos sagrados, sabia as promessas messiânicas e esperava o Reino de Deus — mas recusava-se a ver que o Messias já havia vindo.
A religiosidade de Paulo era exclusivista: Deus era de Israel, o Messias era dos judeus, e os gentios não tinham parte na herança divina. Essa mentalidade moldava sua missão: silenciar os que proclamavam Jesus como ressuscitado. Para ele, Jesus era um blasfemo, um rebelde que não guardava o sábado, que perdoava pecados e desafiava os líderes religiosos. Até que o próprio Cristo o encontrou no caminho.
Atos 26 nos traz a narrativa do próprio Paulo, já preso, defendendo-se diante do rei Agripa. Ali, ele conta como, no caminho para Damasco, foi envolvido por uma luz mais brilhante que o sol e ouviu a voz de Jesus: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” É ali que tudo muda. Paulo, o homem das letras, o defensor da ortodoxia, cai por terra — literalmente e espiritualmente. A voz do Senhor o confronta, não com violência, mas com verdade e graça. Ele, que julgava defender a fé, descobre que lutava contra o próprio Deus. O perseguidor se torna perseguido pela graça. O justiceiro da lei se torna servo da fé. O fariseu se torna discípulo.
A teologia de Paulo nasce dessa experiência: não é a justiça da lei que salva, mas a justiça de Deus revelada em Jesus, recebida pela fé. A salvação não vem das obras, do pedigree espiritual, nem da tradição religiosa. Ela vem da graça — mediante a fé — e isso não vem de nós, é dom de Deus. Ao longo de suas cartas, Paulo insiste: todos pecaram — judeus e gentios. Todos carecem da glória de Deus. Mas a graça se manifestou e fez nova todas as coisas. E essa graça tem nome: Jesus de Nazaré.
Paulo deixa claro: a religião que não conduz à misericórdia, à justiça e ao amor é uma cegueira disfarçada de santidade. Jesus, em seus embates com os fariseus, já havia denunciado: “Vocês dão dízimo do hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciam o mais importante: a justiça, a misericórdia e a fé.”
No contexto atual, vemos uma crescente onda de conservadorismo religioso, especialmente nos meios cristãos. Muitas vezes, esse movimento se apresenta como defesa da “família tradicional”, da “ordem moral” e dos “valores cristãos”. No entanto, o risco é grande: transformar o Evangelho em ideologia, a fé em moralismo, e o púlpito em tribunal. Como foi dito no sermão, há um perigo real de usarmos as cartas de Paulo — o convertido — para justificar um cristianismo farisaico que ele mesmo combateu. Paulo escreveu para libertar da religiosidade vazia, não para nos aprisionar nela novamente.
A realidade social brasileira, com famílias desestruturadas, violência de gênero, desigualdade econômica e crise ambiental, exige uma igreja que seja sal e luz — não farol de condenação, mas abrigo de acolhimento. A mensagem do Evangelho não é idealização da vida perfeita, mas encarnação da graça no mundo real.
O encontro com Jesus nos desinstala. Nos obriga a repensar nossa fé, nossos preconceitos, nosso jeito de amar. Nos obriga a abandonar a justiça própria e abraçar a justiça que vem pela graça. Paulo creu porque viu. Mas muitos creem sem ver. E essa fé, sem arrogância, sem prepotência, é a fé que transforma. O mundo precisa menos de religiosos perfeitos e mais de discípulos humildes.
Que nossa espiritualidade seja marcada pela compaixão. Que nossas igrejas reflitam o Cristo que acolhia mulheres, samaritanos, cegos e crianças. Que a nossa teologia seja menos sobre quem está dentro ou fora e mais sobre como todos podem ser alcançados. Que não falte graça. Que não falte compaixão. Que não falte Jesus.
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