Dilemas das privatizações e das relações público-privadas no País I Sérgio Lazzarini

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*Entrevista gravada em 31 de outubro de 2024.

Após o recente apagão da Enel-SP que afetou milhões de imóveis na capital paulista e causou, pelo menos, R$ 1,65 bilhão em prejuízos ao varejo e aos serviços, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), ficou clara a necessidade de se discutir a Reforma Administrativa em termos nacionais para resolver gargalos no fornecimento de serviços básicos à população.

Para modernizar e tornar a gestão pública mais eficiente, é preciso investir em mecanismos de transparência, principalmente quando se fala em desempenho dos serviços prestados, defende Sérgio Lazzarini.

“Tudo tem de estar muito azeitado. Antes até de privatizar, é preciso reformar o Estado”, explica o pesquisador sênior da Cátedra Chafi Haddad de Administração do Insper.

Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da FecomercioSP — Lazzarini reflete sobre os dilemas das privatizações e das relações entre o público e o privado no País.

Confira o que você vai encontrar nesta entrevista:

0:00 — Abertura

0:59 - Como você enxerga, hoje, a relação do Estado com o setor privado no Brasil?

5:28 - Como você avalia o impacto da privatização em serviços essenciais, especialmente diante de problemas como o apagão recente em São Paulo?

7:53 - Como você vê hoje a qualidade da gestão nas concessões privatizadas e o papel das agências reguladoras e do governo em garantir eficiência nesses serviços?

11:57 - Qual sua expectativa sobre o avanço da reforma administrativa no Brasil, considerando a necessidade de amadurecimento e o momento atual do debate?

14:20 - Quais avanços de eficiência você observa na administração pública com as mudanças recentes, como a digitalização? E, na sua avaliação, quais pontos básicos ainda precisam melhorar para aumentar a eficiência da economia?

16:30 - Considerando os retrocessos recentes em segurança jurídica e as críticas sobre a proximidade entre empresas e o poder público, vê um risco real de as empresas voltarem a priorizar essa proximidade para garantir um ambiente favorável?

19:13 - Como a recente onda protecionista global, especialmente com as discussões pré-eleitorais nos EUA, impacta o Brasil e seus esforços para melhorar a eficiência e atrair investimentos, considerando o tamanho e papel do Estado na economia?

21:37 - Qual o impacto econômico dos retrocessos em Justiça e regulação no Brasil, considerando o custo de avançar e retroceder em marcos regulatórios e a captura de agências? Isso compromete a competitividade do país diante do cenário global atual?

23:47 - Se você pudesse listar prioridades práticas e objetivas — sem entrar nas grandes complexidades — quais seriam as ações simples que poderiam melhorar a eficiência e reduzir a burocracia no Brasil, ajudando a evitar os retrocessos frequentes?

26:18 - Como você avalia a velocidade e o espaço para novas privatizações no Brasil, considerando setores como rodovias, ferrovias e parte do setor elétrico, além de iniciativas recentes como a privatização da Sabesp?