Se chover ninguém dorme | Fragmentos da memória
Автор: APOSENTEI SQN
Загружено: 2025-06-30
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Se chover ninguém dorme | Fragmentos da memória
Quando olhei para o rio ele me pareceu muito grande, mas isso não era verdade, pois não havia ponte sobre o mesmo e a passagem para a outra banda se fazia caminhando pela água. É claro que só os adultos faziam isso!
Na outra margem ficava a casa dos meus avós paternos. Não me lembro de minha avó, pois ela faleceu muito nova, vítima de uma doença desconhecida na época. Me recordo bem dos meus tios e tias e do meu avô que ainda viveu muitos anos.
Foi uma fase muito interessante de minha infância, pois devido ser o primeiro sobrinho, fui muito paparicado pelos meus tios. Principalmente pelas tias! Não foi à toa que só comecei a andar com vinte e dois meses! Mas isso foi bem antes do momento em que estamos passando agora!
Assim que chegamos no lugarejo, fomos morar em uma casa velha (se é que podemos chamar aquilo de casa). Era feita de pau a pique, coberta de sapé e era tão velha que um dos lados já havia caído e a cobertura encostava no chão batido. Não havia cômodos. Chego a pensar que aquilo era um paiol que foi transformado em casa. O terreno não foi nivelado para a construção. Então a casa tinha caída para o centro e em direção ao rio também. Em um dos cantos havia um fogão a lenha, feito de barro e a noite meus pais estendiam uma esteira na outra parte e ali dormíamos. Não! Definitivamente aquilo não poderia ser chamado de casa!
Apesar de ser uma morada provisória, eu não entendo como meu pai teve coragem de nos colocar ali dentro. Só pode haver uma explicação: não tinha outro jeito ou então ele tinha outros planos para nos tirar daquele risco iminente! E meu pai sempre tinha um plano!
Naquela manhã o tempo indicava que haveria chuva, mas o dia passou sem que, de fato, a chuva caísse. Como de costume, naquela noite minha mãe estendeu a esteira no chão, bem no desnível e nos preparamos para dormir. Eu estava no meio e minha irmã ao lado de minha mãe.
A chuva chegou devagar, mas a enxurrada chegou rápido e invadiu nossa cama. Era incrível, mas a enxurrada que descia do morro, passava bem no meio de nossa cama. E foi assim que descobrimos que não havia outro lugar para dormir, pois não tinha outro espaço para a esteira, que aliás já estava molhada mesmo! Passamos o resto da noite em claro e quando o dia amanheceu eu pude ver que o rio estava cheio e não era possível atravessar para a outra banda. A chuva continuava e eu ficava na porta observando o rio e a casa de meus avós! Eu queria muito estar do lado de lá, mas só nos restava torcer para a chuva passar e talvez na próxima noite pudéssemos dormir em paz!
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