Engenho Miranda
Автор: Na Rota dos Antigos Casarões
Загружено: 2022-07-02
Просмотров: 5102
#engenho #engenhosdeaçúcar #igrejas
ENGENHO MIRANDA
O ENGENHO MIRANDA, do Dr. Antônio Correia de Oliveira Andrade, tio de minha mãe e casado com tia Maria Augusta, uma das irmãs de meu pai, festejava o Natal com todo aquele requinte dos velhos tempos.
Havia a tradicional ceia do Natal e a Missa do Galo. Em frente à igreja soltavam-se fogos e artifício e armavam-se barraquinhas e realizavam-se festejos populares: bumba-meu-boi e um animado pastoril com o velho contato piadas maliciosas e as pastoras do cordão encarnando disputando com as do azul os aplausos da plateia (eu torcida pelo encarnado).
No outro dia eram as brincadeiras e travessuras das crianças, às vezes, até, um tanto arriscadas, como no dia em que os meninos inventaram de empurrar um trole ladeira acima e nele pularem para deixá-lo descer a ladeira sem nada controlar lhe a corrida. Isso ocorreu duas ou três vezes. Eu e minha irmã sentíamo-nos muito privilegiadas, pois não fazíamos nenhuma força para empurrar o trole ladeira acima. Em dado momento, ouvimos os gritos de Manoel Chagas, empregado de confiança de tio Antônio.
Zé Correia, Augusto, Antônio vocês querem matar as meninas? É que no fim da ladeira passava a máquina (trem) que carregava cana para as usinas.
Era a ida às pedreiras, ao riacho, o entrar na mata e sentir o cheiro de folhas molhada. O passeio pelo sítio, bem cuidado e com uma grande variedade de árvores frutíferas que tio Antônio mostrava com muito orgulho, colhendo-lhes os frutos maduros. Eram as conversas, a azáfama dos serviçais na cozinha. Era o almoço aristocrata, um verdadeiro banquete, em que se saboreavam os deliciosos pratos da época natalina, não faltando os docinhos as compostas e os pastéis por vezes com duas azeitonas, colocadas por Constancinha, uma amiga da família que, um pouco gulosa e não querendo assumir, dizia:
Esses pastéis são para Dr. Antônio.
Era a alegria espontânea de tia Maria Augusta, contratando com o protocolo e os gestos medidos de tio Antônio (fazia pose até para cochilar). Era mais uma tradicional reunião de família. Era aquele sentir-se bem tão comum numa casa-grande de engenho.
Feliciano Corrêa de Oliveira Andrade (tio Xano) casado com Maria Morais (tia Sinhazinha) do engenho Boa Vista. Eram pais de Luiz Corrêa de Oliveira que foi Chefe de Polícia de Pernambuco e de Feliciana (Xaninha) a garota que morreu aos 16 anos e cujo corpo não se decompôs apesar de se terem passado anos e anos da morte. Exumaram-na três vezes. A família tem-na como Santa e são inúmeras as pessoas que obtêm graças por seu intermédio, inclusive meu avô Leonídio que teve uma hérnia estrangulada e tudo se resolveu sem cirurgia e sem médico apenas através das preces formuladas a Xaninha. Um fato interessante é que quando enfeitam os túmulos das diferentes pessoas enterrada na capela do engenho Miranda, as formigas cortam as flores de todos, menos das que se encontram no túmulo de Xaninha.
Trechos do livro: Velhos Engenhos de Minha Terra – Andréa Gondim Fernandes.
• Engenho Miranda
Доступные форматы для скачивания:
Скачать видео mp4
-
Информация по загрузке: