OLHAR ETNOBOTÂNICO: o que nos contam as plantas do bosque da Fábrica?

Autores: Markus Yuri da Cruz Santos, Abel Sales Salvaterra, Emily da Silva Padilha
Orientadora: Ana Carolina Rodrigues da Cruz
Coorientadora: Joyce Alves Rocha
Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Paracambi
R. Sebastião de Lacerda - Fábrica, Paracambi - RJ, 26600-000
Resumo
A etnobotânica tem como campo de investigação as relações estabelecidas entre as pessoas e as plantas do seu meio. Porém, na contemporaneidade há um distanciamento e muitas pessoas não têm a capacidade de perceber as plantas ao seu redor e nem de reconhecer a sua relevância, o que é chamado de impercepção botânica. Diante disso, investigamos as plantas do Bosque da Fábrica do Conhecimento, em Paracambi, RJ, que apresentam importância etnobotânica. Elaboramos uma lista das espécies com usos diversos. Apresentamos a classificação taxonômica científica, nomenclatura indígena e iorubá, distribuição geográfica, formas de uso e enfatizamos a utilização por povos originários e de religiões de matriz africana, destacando aquelas plantas associadas a entidades e/ou orixás. O trabalho é pioneiro, o primeiro realizado no bosque, e foram compiladas 42 espécies, a maioria nativa do Brasil e Mata Atlântica, 15 espécies possuem nome em tupi e em iorubá (35,7%). Sete espécies possuem somente uso ornamental ou paisagístico (16,7%), enquanto todas as demais são utilizadas como ornamental e também para outras finalidades, como fins religiosos, medicinais ou fitoterápicos, alimentação ou extração de matéria prima. O resultados evidenciam a importância da conservação do bosque para a proteção da biodiversidade, bem como para valorização do conhecimento tradicional e da cultura regional e local. Os resultados podem ser utilizados em estratégias de educação ambiental para combater a impercepção botânica e a invisibilidade dos etnosaberes dos povos originários e afro-brasileiros.

Palavras-chave: Conhecimento Tradicional. Plantas Medicinais. Sociobiodiversidade.