O Arco do Triunfo é empacotado

Esta semana, o Arco do Triunfo, em Paris, foi coberto em imensos tecidos, em um projeto artístico póstumo, que é uma homenagem ao artista búlgaro, Christo, falecido no ano passado, e a sua esposa e colaboradora, Jeanne-Claude.

A ideia de cobri-lo foi imaginada pelo casal, em 1962, período em que moraram em Paris.

O casal embrulhou marcos famosos tais como o “Reichstag”, em Berlim, e a “Pont-Neuf,” uma das pontes parisienses que cruzam o rio Sena.

Ao remover temporariamente monumentos e edifícios da vista, o casal buscava ampliar sua existência, ao fazer com as pessoas voltassem a notar algo que, com a correria do cotidiano, haviam deixado de prestar atenção.

Os projetos artísticos, no entanto, são efêmeras e não colecionáveis, ou seja, feitos para acabar.

“A qualidade temporária dos projetos é uma decisão estética. Nossas obras são temporárias para dar às obras o sentimento de urgência de serem vistas, o amor e a ternura trazidos pelo fato de não durarem. Esses sentimentos geralmente são reservados para outras coisas temporárias, como a infância e nossa própria vida. São valorizados porque sabemos que não vão durar. Queremos oferecer este sentimento de amor e ternura às nossas obras, como uma mais-valia (dimensão) e como uma qualidade estética adicional. ”

Ao apresentar o projeto final para o monumento, dois anos antes da sua morte, Christo explicou como vislumbrava a obra:

"Será como um objeto vivo que ganhará vida com o vento e refletirá a luz”.

Décadas depois, o sonho de uma vida de Christo e Jeanne-Claude acaba de se tornar realidade. O monumento de 50 metros de altura foi inteiramente coberto com 25 mil m² de tecido, amarrados por 3 mil m² de corda vermelha, como se fosse um presente.

Sob a direção de Vladimir Yavachev, sobrinho de Christo, e apoio do Centro de Monumentos Nacionais, o projeto custou 14 milhões de euros (R$ 86,7 milhões e foi totalmente autofinanciado com a venda de obras originais de Christo.

A instalação é polêmica, e as opiniões, variadas: “Isso me faz pensar em um grande elefante cinza colocado na Champs-Elysee”, disse Thomas Thevenoud, de 47 anos, que trabalha nas proximidades. “Você realmente redescobre a beleza da forma”, disse a parisiense Agnieszka Wojel, de 39 anos. “Não conseguia parar de tirar fotos porque é extraordinário ... Temos muita sorte.” (Washingron Post)

A obra efêmera poderá ser vista até dia 3 de outubro .
Eu fiquei morrendo de vontade de ver ao vivo! E você, o que achou dela?

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