LITURGIA DIÁRIA – 16 DE DEZEMBRO DE 2025 | NOSSA SAGRADA FAMÍLIA | 3ª SEMANA DO ADVENTO

🎧 À medida que o Natal se aproxima, a liturgia aprofunda o chamado mais exigente do Advento: a conversão verdadeira, aquela que não fica apenas nas palavras, mas se traduz em mudança concreta de vida.

📖 Leituras de hoje:
• 1ª Leitura: Sofonias 3,1-2.9-13 — “Deixarei entre vós um povo humilde e pobre, que colocará no nome do Senhor a sua esperança.”
• Salmo: Sl 33 — “Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.”
• Evangelho: Mateus 21,28-32 — “Qual dos dois fez a vontade do pai?”

💫 Meditação do dia:
O Evangelho de hoje nos apresenta uma parábola simples, mas profundamente desconcertante: dois filhos, duas respostas, duas atitudes interiores.

O primeiro diz “não”, mas depois se arrepende e faz a vontade do pai.
O segundo diz “sim”, mas não vai.

Jesus não está interessado em discursos piedosos, promessas bonitas ou aparências religiosas. Ele nos lembra que o que salva é a conversão real, aquela que muda decisões, atitudes e rumos concretos da vida.

Por isso, Ele afirma algo escandaloso para os líderes religiosos da época:
“Os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.”

Segundo a tradição dos Santos Padres, essas duas figuras representam duas formas muito comuns de desordem espiritual:
• as prostitutas, imagem da preguiça espiritual que busca apenas os prazeres fáceis e sensoriais;
• os publicanos, símbolo daqueles que trabalham muito, mas fazem do dinheiro, do sucesso e da produtividade o seu verdadeiro deus.

São dois caminhos distintos, mas igualmente perigosos quando afastados de Deus.

João Batista veio chamar ambos à conversão.
E muitos, considerados socialmente perdidos, ouviram e mudaram de vida.
Enquanto outros, aparentemente corretos e religiosos, não quiseram mudar.

O Advento nos coloca exatamente diante dessa escolha:
👉 queremos apenas parecer bons?
👉 ou queremos realmente fazer a vontade do Pai?

A Primeira Leitura reforça essa mensagem ao anunciar que Deus não salvará um povo arrogante, confiante em si mesmo, mas um resto humilde e pobre, que coloca sua esperança no Senhor.

O Salmo ecoa essa verdade:
“Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.”
Não é a autossuficiência que atrai a misericórdia, mas a humildade de quem reconhece a própria miséria.

Neste tempo do Advento, somos convidados a examinar o coração com sinceridade:
• onde há preguiça espiritual disfarçada de cansaço?
• onde há ativismo que nos afasta da oração e da confiança em Deus?
• onde dizemos “sim” com os lábios, mas “não” com a vida?

Converter-se não é mudar de discurso, mas mudar de direção.
É levantar-se e ir trabalhar na vinha do Senhor, mesmo depois de termos errado, mesmo depois de termos dito “não”.

🙏 Que, neste Advento, sejamos como o primeiro filho: conscientes da nossa fragilidade, mas prontos a mudar de opinião, levantar-nos e fazer a vontade do Pai — para que o Natal nos encontre com um coração verdadeiramente convertido.

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