Agora com 69 anos, Jeremy Wade revela a verdade sobre o motivo do cancelamento de "River Monsters".

Agora com 69 anos, Jeremy Wade revela a verdade sobre o motivo do cancelamento de "River Monsters".
Durante uma década, o mundo o conheceu como o homem que não temia a morte sob as águas. Jeremy Wade, o rosto de "Monstros do Rio", tornou-se uma lenda viva, um homem que parecia mais à vontade entre piranhas e arraias-motoros do que na sala de sua própria casa. Milhões de pessoas em seis continentes sintonizavam suas televisões para vê-lo batalhar contra criaturas que pareciam saídas de um pesadelo pré-histórico.

"Ele é construído como um míssil", dizia frequentemente enquanto segurava um peixe de proporções impossíveis. Mas hoje, aos 69 anos, o olhar de Wade mudou. Ele não busca mais o próximo recorde. Agora, o homem que caçou monstros durante dez anos decidiu revelar a verdade por trás do fim de seu programa.

E não, não foi simplesmente porque os peixes gigantes acabaram.

A indústria do entretenimento tem um lado sombrio, e Wade finalmente decidiu iluminá-lo. Segundo revelações recentes, o caçador de rios enfrentou uma pressão constante por parte da emissora de televisão para fingir situações, dramatizar capturas ou até mesmo manipular o comportamento dos animais.

Wade, um homem de ciência e de princípios antigos, recusou-se terminantemente. "Meu compromisso é com a verdade do rio, não com o ibope", parece dizer seu silêncio de anos. Mas houve mais: incidentes secretos que ele ocultou de seus próprios produtores para evitar que cancelassem as expedições, ofertas de milhões de dólares que recusou para não vender sua alma ao espetáculo barato e, o mais doloroso de tudo: uma descoberta perturbadora sobre a agonia dos rios. Wade percebeu que, enquanto ele buscava monstros, os rios estavam morrendo em silêncio devido à poluição e à negligência humana.

Para entender o homem, devemos viajar ao princípio. Jeremy Wade não nasceu no Amazonas nem no Congo. Nasceu em 23 de março de 1956 em Aldershot, um canto tranquilo de Hampshire, Inglaterra. Era uma época cinzenta, onde o país ainda sacudia a poeira dos anos de guerra.

A vida em seu lar era o epítome da estabilidade britânica. Seu pai, um arquiteto, desenhava plantas com precisão milimétrica; sua mãe mantinha a casa com uma rotina de calma imperturbável. Não havia nada de selvagem em seu entorno. Aldershot era um lugar de guarnições militares que se transformava lentamente em um subúrbio pacato. Famílias que jogavam pelo seguro, escolas, igrejas e férias simples.

Ninguém, absolutamente ninguém, teria adivinhado que naquela casa crescia o futuro caçador de monstros. Mas na alma de Jeremy, algo estava se gestando.

Tudo mudou em 1961. Jeremy tinha apenas cinco anos. Sua família o levou para um passeio pelo rio Wey. Para entretê-lo, deram-lhe uma vara rudimentar feita com estacas de jardim e um pouco de corda. Parecia um brinquedo ridículo. O pequeno Jeremy colocou um pedaço de pão no anzol e esperou.